Paralisação dos Correios completa nesta quinta-feira (04), oito dias de greve e segundo informações dos organizadores do manifesto, a categoria não tem previsão para voltar ao trabalho. A operação tartaruga continua sendo realizada nas agências de atendimento e de distribuição de correspondências. Cartas e encomendas que já demoravam em chegar às residências, agora atrasam ainda mais. Em MS 27 municípios estão de greve no setor.
Em Dourados os Correios não atenderam o público na quinta e sexta-feira da semana passada e desde segunda mais da metade dos trabalhadores da agência central cruzaram os braços. Dos 10 atendentes, dois trabalham no atendimento ao público. Já no Centro de Distribuição (CDD), a adesão foi menor, mobilizando cerca de 40% dos carteiros, conforme estima João Avelino Neto, presidente do sindicato da categoria local.
Nos últimos anos tem sido comum o atraso de entrega de correspondências simples. Contas e boletos tem chegado nas residências depois do prazo de vencimento e tem aborrecido a população. João Avelino Neto diz que isso é um reflexo da falta de investimento humano nos Correios. O último concurso ocorreu em 2011, mas não supriu a demanda de profissionais.
"Percebemos uma clara tentativa de desmonte dos Correios, um verdadeiro sucateamento, para entregar a estatal à iniciativa privada", diz o presidente da categoria local. A greve dos Correios é contra privatização, demissões e retirada de direitos, além do fechamento de mais de 200 agências em todo o Brasil. Em Mato Grosso do Sul seis agências foram fechadas, sendo duas em Campo Grande, e uma nos municípios de Dourados (agência shopping), de Ponta Porã, de Três Lagoas e de Sidrolândia.
Crise
Nos últimos dois anos, os Correios somam prejuízos de R$ 4 bilhões, de acordo com dados cedidos pelo sindicato da categoria. Em 2016, foi anunciado um Programa de Demissão Incentivada (PDI) e pretendia atingir a meta de 8 mil servidores, mas 5,5 mil aderiram ao programa.
Ainda segundo os dados oferecidos ao jornal, cerca de 200 agências de Correios devem ser fechadas este ano. No dia 20 de abril, o presidente dos Correios, Guilherme Campos, afirmou que a demissão de servidores concursados está na pauta e vem sendo estudada. Segundo ele, os Correios não têm condições de continuar arcando com sua atual folha de pagamento e contratou um estudo para calcular quantos servidores teriam que ser demitidos para que o gasto com a folha fosse ajustado.











