15 de dezembro de 2025
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JULGAMENTO | CASO BROPHY

Romancista, Nancy Brophy, de 'Como Matar seu Marido' é julgada por assassinar o próprio

Escritora de suspenses românticos matou homem com quem foi casada por 27 anos

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A romancista, Nancy Crampton Brophy, de 71 anos, acusada de matar o esposo em 2 de junho de 2018, o professor de culinária, Daniel Brophy é jugada nesta semana em Oregon, nos Estados Unidos. O caso dela ficou "famoso" no mundo, porque, sete anos antes do crime, em 2011, ela escreveu um texto sem seu blog, o título do ensaio era: 'Como Matar o Seu Marido'.  

O julgamento dela teve início no dia  4 de abril. Nancy ouviu ao longo dessa semana depoimentos da mãe de Dan Brophy, oficiais que trabalharam no local e médicos legistas — incluindo aquele que conduziu a autópsia de Dan Brophy. O quarto dia ouviu o testemunho de ambos os pais de Dan Brophy — Karen Brophy pela segunda vez e Jack Brophy pela primeira vez.

No texto que publicou no blog em 2011, Nancy descreveu diversos motivos e métodos para assassinar os homens, mas pontuou — "não quero passar nenhum tempo na cadeia", e que seu interesse era apenas como escritora de suspenses românticos.

Ela, porém, foi presa em setembro de 2018, depois de o corpo de Daniel Brophy ter sido encontrado numa cozinha do Oregon Culinary Institute (OCI) onde ele dava aulas. Eles foram casados por 27 anos. Ela matou Brophy a tiros, com uma pistola 9mm, dizem os investigadores. Ela se declarou inocente de todas as acusações.

O texto foi postado em 4 de novembro de 2011 no blog intitulado 'See Jane Publish' - tradução livre: consulte as publicações de Jane. Atualmente o site está fora do ar. 

Entre os motivos principais para matar o marido, no texto, ela destacava: infidelidade, relacionamento abusivo, ganância.

"O divórcio é caro, e você realmente quer dividir seus bens?", questionava. 

Segundo o texto de Nany, armas eram a primeira opção para matar: "barulhentas, bagunçadas, requerem alguma habilidade. Se levar 10 tiros para o otário morrer, ou você tem uma mira terrível ou ele está drogado". Desaconselhava o uso de matadores de aluguel ou veneno. "O arsênico é fácil de obter, pior, fácil de rastrear. Leva um mês ou dois para matar alguém. Além disso, eles ficam doentes o tempo todo. Quem quer sair com um marido doente?", questionou.  

Nancy é autora de títulos que estampam homens musculosos e seminus nas capas. Entre os títulos estão: "The Wrong Husband" — o marido errado —, "The Wrong Lover" — o amante errado — e "The Wrong Brother" — o irmão errado —, sem publicação no Brasil.

Enquanto em seus romances anteriores, publicados, os personagens tiveram finais felizes, em seu ensaio de 2011 o resultado era mais sombrio. "E se matar não produzisse os resultados certos?" Crampton Brophy escreveu. "Eles fariam de novo? Eles poderiam fazer de novo? E se eles gostassem?". 

JULGAMENTO

De qualquer forma, apesar de haver o texto em tela, já no primeiro dia de julgamento, o magistrado Christopher Ramras afirmou que seria injusto que advogados usassem o etxto como evidência. 

A acusação disse que diversos problemas financeiros levaram a mulher cometer o homicídio para resgatar um seguro de vida no valor de US$ 1,4 milhão.

A defesa rebateu, dizendo que as finanças do casal estavam melhorando antes da morte de Daniel e que o fato de ela ter comprados armas na época teria sido em resposta a notícias de tiroteios e para pesquisas para seu livros.

Evidências como gravações de câmeras de segurança do instituto onde Daniel dava aulas mostram que ela esteve no local antes da chegada dele e saiu logo após ele ter entrado, desmentindo o depoimento que ela prestou à polícia em 2018.

Seu julgamento havia sido adiado por causa da pandemia. Espera-se que o julgamento dure quatro semanas.