20 de dezembro de 2025
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PATRÍCIA LÉLIS

Suposta ex-namorada de Eduardo Bolsonaro é procurada pelo FBI

Acusada de fraude de R$ 3,4 milhões

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A blogueira e jornalista brasiliense Patrícia Lélis, suposta ex-namorada de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), é procurada pela Federal Bureau of Investigation, a polícia federal norte-americana (FBI), acusada de ter fingido ser advogada e fraudado documentos que lhe renderam lucros US$ 700 mil (cerca de R$ 3,4 milhões na cotação desta 3ª feira [16.jan.23]).  

Segundo o FBI, Lélis supostamente enganou pessoas interessadas em tirar o visto de residência no país. A Justiça norte-americana diz que ela é acusada de fraude eletrônica, transações monetárias ilegais e roubo de identidade agravado. Eis a íntegra da acusação, em inglês

Lélis ficou conhecida no Brasil em 2016, quando acusou o deputado Marco Feliciano (PL-SP) de estupro – o processo foi arquivado em 2018. Também revelou que namorou Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Em entrevista à Fórum em 2019, Patrícia Lélis falou sobre a suposta relação com o filho de Jair Bolsonaro.

"Nunca foi natural [a relação entre os dois]. Eduardo sempre foi mulherengo e traidor de namoradas, o que estava lhe trazendo uma péssima fama dentro da igreja da própria mãe, a Batista, e também dentro do meio conservador. Ele precisava de uma 'bonequinha' para dizer publicamente que tinha alguém. Então, na época, o pastor Everaldo (presidente do PSC, que foi preso) sempre nos colocava em eventos juntos para passar essa imagem. E tentávamos nos dar bem. Mas era impossível. Eduardo sempre foi grosseiro, mal educado e extremamente infiel. Eu mesmo, na época, sempre fui brava e desbocada (claro que não como hoje), então sempre estávamos brigando muito. Mas o fim mesmo foi quando o Eduardo ficou sabendo do estupro do (deputado Marco) Feliciano e me pediu para ficar calada, entre outros assuntos em que ele tinha atitudes erradas e sempre me ameaçava de alguma forma para que eu ficasse em silêncio", disse Patrícia que, entre diversas acusações, criou o apelido de "Bananinha" para Eduardo.

Ela respondeu que está sendo “procurada” pelo FBI por pegar “documentos de uns norte-americanos safados” que pediram que ela fosse “bode expiatório” contra brasileiros.

Segundo a jornalista, as autoridades dos EUA “já sabem exatamente” onde ela está “como exilada política”. Ela manifestou há 19 horas no X (antigo Twitter). Eis: 

"Olá twitter e várias pessoas que não conheço mas acreditam que eu devo explicaçoes de algo. Sim, o FBI no USA está me "procurando". Mas já sabem exatamente onde estou como exilada politica. Foram meses de perseguições e falsas acusações. Meu suposto crime: Não aceitei que me fizessem de bode espiatorio contra aqueles que considero como meus irmãos por cultural e principalmente por lado politico e sim, "roubei" todas as provas que puder para mostrar o meu lado da historia e garantir minha segurança. E esses documentos já foram entregues ao governo que me garantiu asilo politico. E agora publicamente e de forma Segura posso dizer: FUCK USA. E até que fim estou fora desse país de merda. Se quiser podem me matar, mas eu JAMAIS iria contra o meu proprio povo, ainda mais para dar informações ao USA. Agora vou ali curtir uma praia bem tranquila. Beijos e mais beijos". 

DIAGNÓSTICO 

Patrícia Lélis é diagnosticada como mitômana – transtorno de personalidade que faz com que minta compulsivamente – em laudo de psicóloga à polícia civil de São Paulo. 

CANDIDATA EM 2018, EX-PETISTA E ACUSADA DE TRANSFOBIA

Lélis já trabalhou com PSC (Partido Social Cristão), antiga legenda dos bolsonaros. 

Em 2018, Lélis chegou a ser candidata a deputada federal por São Paulo filiada ao Pros, mas não obteve o número mínimo de votos para conquistar uma vaga na Câmara dos Deputados.

A jornalista também foi alvo de investigação dentro do PT pela sua expulsão da legenda por declarações transfóbicas em 2021. A decisão foi tomada após a jornalista publicar um vídeo nas redes sociais em que fala que uma mulher trans "mostrou seu pênis a outras mulheres e adolescentes" ao entrar em um banheiro em Los Angeles.

"Externamos nosso repúdio às postagens publicadas por Patrícia Lélis e informamos que vamos aplicar ao caso as normas estatutárias cabíveis, de forma a deixar claro que o PT jamais compactuará com narrativas de ódio e preconceito como é a transfobia", disse o partido em nota publicada em 2021.