27 de abril de 2024
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AGRICULTURA

Itaipu fará 4 novos armazéns públicos para estocar grãos em MS e no PR

Locais terão capacidade estática inferior a 200 mil toneladas de estocagem

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A Itaipu Binacional (uma enorme barragem hidroelétrica no rio Paraná, entre o Brasil e o Paraguai), promete bancar quatro novos armazéns de grãos no Paraná e no Mato Grosso do Sul.

Os locais terão capacidade estática inferior a 200 mil toneladas de estocagem. Adiantamos esse assunto aqui no MS Notícias, por meio de uma entrevista com o deputado federal Vander Loubet

Em fevereiro, uma carta de interesse foi assinada entre a hidrelétrica e o Governo Federal sugerindo investimentos a serem feitos, sem citar valores.


Assinaram também a carta o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, a Companhia Brasileira de Abastecimento (Conab) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Segundo o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, o objetivo do acordo é reduzir gargalos de armazenamento e reestruturar a política de estoques reguladores.

ARMAZÉNS DA CONAB

Atualmente, a Conab tem armazéns com capacidade estática de pouco mais de 1,6 milhões de toneladas (1% do total do país), distribuídos em 64 Unidades Armazenadoras com 126 armazéns em 24 Estados e no Distrito Federal.

Da capacidade total de armazenagem da empresa, 61% são na modalidade granel e 39% na modalidade convencional.

Os armazéns da Conab carecem de reestruturação e modernização, mas acabaram desmantelados pelo governo de Jair Bolsonaro (PL), que mandoi fechar 27 unidades prinicipalmente no Centro-Oeste. Isso provocou aumento desenfreado da inflação dos alimentos.

DÉFICIT

Mesmo com a instalação de quatro novos armazens, o déficit de locais para estocagem varia de 100 milhões a 120 milhões de toneladas/safra, segundo a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA).

Na safra passada, o Brasil colheu quase 323 milhões de toneladas somando todos os grãos. Há dez anos eram 185 milhões de toneladas. “O aporte da produção de grãos não foi acompanhado pelo aumento da capacidade estática dos armazéns públicos e privados. Esse é um grande gargalo logístico que pode limitar nossas exportações”, alertou Tiago Pereira, da CNA.

Considerando estoques públicos e privados para armazenamento de grãos, o Brasil conta com 11.179 unidades armazenadoras com capacidade estática para 191.334.681 toneladas.

Neste ano, o déficit de armazéns deve passar dos 100 milhões de toneladas de grãos, considerando uma projeção de safra de pouco menos de 300 milhões de toneladas, diante das perdas provocadas pelo calor extremo e estiagem.

PR E MS

O Paraná receberá 3 dos quatro armazéns públicos para receber grãos que vão receber melhorias custeadas pela Itaipu.

Os investimentos da Itaipu devem ser nas unidades de Ponta Grossa (PR), Cambé (PR) e Rolândia (PR).

Conforme a Conab, o estado conta com 1.561 unidades armazenadoras com capacidade para 30.873.893 toneladas, considerando espaços públicos e privados.

Em 2023, a safra no estado superou os 46,8 milhões de toneladas e, neste ano, com a previsão de quebra, a produção pode chegar a 36 milhões de toneladas, considerando 22,1 milhões de toneladas na safra de verão e o restante na safra de inverno que começa a ser plantada.

Já o quarto armazém público bancado pela Itaipu será em Maracaju (MS).

De acordo com o diretor-presidente da Conab, José Edegar Pretto, esses locais foram escolhidos como prioridade para armazenamento e estoques reguladores.

“Os investimentos que serão feitos na Conab terão duas questões centrais: a primeira é garantir que produtores e cooperativas possam estocar para vender quando o preço estiver melhor. A segunda é garantir a segurança alimentar, fornecendo comida para quem vive nas cidades”, detalhou o diretor de coordenação da Itaipu, Carlos Carboni.

36ª FEIRA AGRO SHOW RURAL COOPAVEL

Durante a 36ª Feira Agro Show Rural Coopavel, realizada de 5 a 9 de fevereiro em Cascavel (PR), o ministro Paulo Teixeira confirmou que é preciso superar o déficit de armazenamento no Brasil safra após safra. “Isso prejudica o produtor que tem que vender seu produto na baixa. A Conab está agora reformando centraisde armazenamento e assim pode melhorar a capacidade de negociação do produtor”, disse.