29 de março de 2024
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Plantio exclusivo de soja foi mais rentável em 2014

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O cultivo exclusivo da soja em 2014 foi mais rentável do que a colheita alternada da oleaginosa com o milho safrinha. Quem optou apenas pela oleaginosa conseguiu cobrir os custos totais de produção na maioria das regiões produtoras dos dois grãos. Em Londrina (PR), por exemplo, a receita para o sojicultor superou as despesas em 6,2%, segundo os Ativos de Grãos, boletim elaborado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

De acordo com a CNA, no Estado, o município de Dourados – distante 225 quilômetros de Campo Grande – teve a receita por hectare com a colheita apenas da oleaginosa foi 2,5% superior aos custos totais de produção. Já em Sorriso, no estado vizinho, verificou-se o mesmo cenário. Para quem optou pela soja seguida do milho segunda safra, o estudo constatou duas situações: ou os agricultores tiveram faturamento insuficiente para pagar os custos ou ficaram com margem de lucro mais apertada quando a receita foi maior do que as despesas.

“Os atuais patamares de preços do milho, apesar da recuperação verificada em outubro, têm levado muitos produtores a questionar a viabilidade de cultivo do cereal em sucessão à soja na chamada segunda safra. A outra opção seria não ter a segunda temporada”, explica o levantamento. Segundo o boletim, “somente em regiões produtoras mais próximas dos centros consumidores e dos portos de escoamento de produtos do Centro-Sul, onde as cotações são maiores, o plantio do milho seria viável em termos econômicos”.

Já em Goias, na região de Rio Verde,  houve prejuízo para o produtor nos dois casos. Ao contrário das outras regiões, o déficit de receita em relação ao custo total foi de 7,4% apenas para o cultivo de soja. Para quem plantou o milho safrinha após a colheita da oleaginosa, o prejuízo com o sistema de dupla safra foi de 5,4% por hectare.

Devido a falta de chuva no fim do vazio sanitário da soja, houve atraso na semeadura da lavoura em importantes regiões produtoras. Desta forma, o estudo constatou a necessidade de replantio, gerando mais custo e comprometendo a rentabilidade do produtor. Em Sorriso, por exemplo, o produtor precisou fazer o replantio em 10% da área cultivada, em razão do baixo volume de precipitações. Em Campo Novo do Parecis (MT), 5% da área de produção precisaram ser replantadas.

Tayná Biazus