O policial militar Thiago Resende Viana Barbosa, 3ª julgado por chacina de cinco jovens em 28 de novembro de 2015, pegou 52 anos de cadeia. O julgamento que começou ontem à tarde, terminou nesta 6ª-feira (13.nov.2020) pela madrugada. O crime ocorreu na Zona Norte do Rio de Janeiro, ocasião em que os cinco jovens: Wilton Esteves Domingos Júnior, de 20 anos; Carlos Eduardo Silva de Souza, de 16 anos; Wesley Castro Rodrigues, de 25 anos; Roberto Silva de Souza, de 16 anos, e Cleiton Corrêa de Souza, de 18 anos, foram executados em um veículo na noite que comemoravam o primeiro salário de Roberto (16 anos).
O jovens passavam pela Estrada João Paulo na Capital carioca quando foram cercados e executados com 11 tiros de fuzil. Os PMs chegaram a mentir que eles teriam trocado tiros, mas a perícia revelou que tratava-se de mentira, que nenhum tiro partiu do carro dos jovens.
Daqui a pouco mais de uma semana completaria 5 anos desde o assassinato dos jovens.
Do total de tiros disparados pelos policiais 40 atingiram as vítimas. Sendo a maioria nas costas, apontou um dos defensores públicos no julgamento de ontem. Os PMs foram presos no dia seguinte ao crime. Meses depois, foram soltos por conta de uma liminar do Superior Tribunal de Justiça. Mas, semanas depois, a pedido do Ministério Público estadual, voltaram à cadeia.
Em julho de 2016, Joselita de Souza, mãe de Roberto, morreu de tristeza após depressão profunda que resultou em pneumonia e anemia aos 44 anos.
Além de Thiago, outros três policiais foram julgados pelo caso. O sargento Marcio Darcy dos Santos e o soldado Antônio Carlos Gonçalves Filho também foram condenados ao mesmo tempo de prisão. Já Fábio Pizza Oliveira da Silva foi absolvido.
NOVAS EVIDÊNCIAS
As imagens — anexadas, em maio desse anos de 2020, pelo Ministério Público no processo contra o cabo Oliveira — foram gravadas pela câmera de uma oficina na rua onde aconteceu a chacina. O início do vídeo mostra uma viatura da PM sendo estacionada na frente do estabelecimento. Os policiais desembarcam. Depois, um dos agentes, o cabo Oliveira, pega dois engradados cheios de cerveja dentro da oficina e os leva para a viatura. Em seguida, o cabo e o sargento Márcio Darcy Alves dos Santos pegam os engradados e os colocam novamente no chão da oficina.
OS SUSPEITOS
Eles também respondem, na 2ª Vara Criminal, por fraude processual e porte ilegal de arma de fogo, por apresentarem na delegacia um revólver quebrado para justificar os tiros disparados contra as vítimas. Já na Auditoria Militar, os quatro agentes foram denunciados pelo MP pelo crime de associação criminosa.
*Com informações do O Globo.