A Câmara Municipal de Campo Grande irá apresentar nos próximos dias um ofício à Secretaria Estadual de Saúde de Mato Grosso do Sul solicitando que os indígenas que residem nas aldeias urbanas do município sejam incluídos nas prioridades do Plano Estadual de Vacinação contra a Covid-19.
A iniciativa partiu da vereadora Camila Jara, que percorreu os corredores da Casa de Leis na semana passada em busca de apoio para a ideia. "É o mínimo que deve ser feito. Povos indígenas geralmente têm respostas imunológicas diferentes a alguns vírus. E isso não está ligado ao local onde eles residem'’, argumentou a parlamentar.
Mato Grosso do Sul tem a segunda maior população indígena do país e grande parcela reside em aldeias urbanas. Em Campo Grande são quatro: Marçal de Souza, Tarsila do Amaral, Água Bonita e Darcy Ribeiro. Os indígenas que vivem nas aldeias fora da cidade já estão contemplados no atual plano de vacinação.
O ofício foi entregue nesta segunda-feira (1º) para o presidente da Câmara Municipal, vereador Carlão, que enviará a solicitação para o secretário estadual de saúde, Geraldo Resende.
Além da assinatura da vereadora Camila Jara e do presidente Carlão, o documento também foi endossado pelos vereadores Alírio Villasanti, Ayrton Araújo, Beto Avelar, Clodoilson Pires, Delei Pinheiro, Dr. Loester, Edu Miranda, João César Mattogrosso, Junior Coringa, Papy, Prof. André Luiz, Ronilço Guerreiro, Silvio Pitu, Tabosa, Tiago Vargas e Zé da Farmácia.
Aqueles vereadores que não assinaram não necessariamente se mostraram contrários à ideia, apenas não foram encontrados em tempo hábil para que endossassem o documento antes da entrega. "Em um dos Estados que mais mata povos indígenas, não deixaremos que eles pereçam por mais esse motivo", pontuou Camila Jara.
VITÓRIA NACIONAL
Reforçando o posicionamento do legislativo municipal, neste fim de semana, o Ministério Público Federal (MPF) obteve liminar favorável na ação que o ingressou contra União e a Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), exigindo que procedam com o cadastramento e a vacinação dos indígenas urbanos. A ação busca garantir que eles recebam a imunização contra a Covid-19 da mesma forma que os que residem nas aldeias fora das cidades.