26 de julho de 2024
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CULTURA

Em Roraima, indígenas de MS apresetam cerâmica pantaneira

Durante "Encontro Ancestral barro, uma linguagem da Terra"

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Um grupo de mulheres artesãs das etnias Kadiwéu e Terena de Mato Grosso do Sul estiveram entre os dias 4 e 8 de outubro no Festival das Panelas de Barro, no Território Raposa Serra do Sol, em Roraima. Reportagem publicada originalmente no TeatrineTV. 

O evento, que teve por tema “Encontro Ancestral – barro, uma linguagem da Terra”, foi promovido por indígenas Macuxi e, segundo os organizadores, reuniu mulheres, crianças e idosos de diferentes etnias para trocar experiências com argila.

O grupo sul-mato-grossense foi formado por cinco artesãs: Zilda da Silva, Jussara Derriune, Creuza Virgílio, Marilene e Selma Polidório, vindas do Território Indígena Kadiwéu de Porto Murtinho e da Aldeia Cachoeirinha, em Miranda.

“Aprendi muitas coisas no meio das mulheres, mexendo no barro porque há diferença do barro nosso, do jeito que a gente trabalha com ele. Vou sair daqui levando novos conhecimentos para serem repassados dentro das nossas aldeias”, contou Zilda.

Entre as atrações do encontro, estiveram as exposições de artesanatos e panelas de barro Macuxi, famosas em todo mundo pela beleza e durabilidade. As oficinas Kadiwéu e Terena, dedicadas a apresentar as riquezas da cerâmica indígena do Pantanal sul-mato-grossense também foram pontos altos do evento.

Para as artesãs que fazem parte da Associação das Mulheres Artistas Kadiwéu (Amak), um dos principais objetivos do intercâmbio foi entender o processo que garante a resistência das panelas de barro elaboradas pelas indígenas Macuxis. Atualmente, um dos desafios das ceramistas Kadiwéu está no transporte das peças até os grandes centros. A longa jornada e a qualidade das estradas podem comprometer o estado dessas peças até o destino final.  

“Gostei muito das panelas, o tamanho e o acabamento me chamaram a atenção. Outra coisa interessante é a argila que elas trabalham que é mais macia que a nossa. Saio daqui pensando em tudo que aprendi e que pode ser colocado em prática na aldeia”, concluiu Selma.