O Conselho Regional de Odontologia de MS (CRO-MS) alerta a população sobre os riscos do câncer da boca, que registrou 220 novos casos neste ano de 2020. Apenas em Campo Grande, a estimativa é de 80 casos de diagnosticados com a doença sem cura.
O Mato Grosso do Sul é o segundo estado com maior incidência do câncer bucal na região Centro-Oeste, perdendo apenas para Goiás.
Conforme os últimos dados do INCA para Mato Grosso do Sul, a estimativa para 2020 é de que o Câncer de Boca seja o 5º de maior incidência entre os homens, com 170 casos, uma taxa de 11,86 homens acometidos para cada 100 mil habitantes. Já entra as mulheres, doença seria a 13ª de maior incidência.
DADOS BRASIL
Segundo as informações do Globocan, no mundo, em 2018 foram estimados 246 mil casos novos de cânceres de língua e cavidade oral (C00-C06) em homens e 108 mil em mulheres, sendo mais comum em homens acima dos 40 anos do que em mulheres.
O câncer de cavidade oral pode afetar várias estruturas anatômicas como: lábios, gengivas, bochechas, palato, língua (principalmente as bordas), orofaringe e a região embaixo da língua.
CID: C00 a C10 (CID – Código internacional de doenças)
De acordo com a cartilha Estimativa 2020: incidência de câncer no Brasil, desenvolvida pelo Inca (Instituto Nacional de Câncer), o número de casos novos de câncer da cavidade oral esperados para o Brasil, para cada ano do triênio 2020-2022, será de 15.190, sendo 11.180 casos em homens e de 4.010 em mulheres.
Esses valores correspondem a um risco estimado de 10,69 casos novos a cada 100 mil homens, ocupando a quinta posição. Para as mulheres, corresponde a 3,71 para cada 100 mil mulheres, sendo a décima terceira mais frequente entre todos os cânceres.
Em mortalidade, os números indicam uma estimativa preocupante: caso os índices se mantenham, os números de óbitos serão de 5.468 casos, sendo 4.374 em homens e 1.094 em mulheres dentro do triênio 2020-2023.
Em 2018, foram registrados no Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), no Brasil, 6.455 óbitos por câncer de lábio e cavidade oral, representando 50% dos óbitos por câncer de cabeça e pescoço.
LEIS
A semana é instituída por Leis Federal, Municipal e Estadual como a “Semana de prevenção ao Câncer de Boca”.
Em 2015, a Lei Federal N. 13.230 de 28 de dezembro de 2015 instituiu a semana nacional de prevenção do câncer bucal, celebrada anualmente na primeira semana de novembro. A lei municipal de prevenção ao câncer bucal é de 2009, de autoria do vereador Paulo Siufi. A lei estadual é de 2011 e de autoria da deputada estadual Dione Hashioka.
FATORES DE RISCO
Os fatores de risco mais conhecidos incluem o tabagismo e o consumo de álcool, sendo que o risco é 30 vezes maior para os indivíduos que fumam e bebem do que para aquelas pessoas que não o fazem. Entre outros fatores de risco, encontra-se a exposição ao sol sem proteção (importante risco para o câncer de lábio), o excesso de gordura corporal, a infecção pelo HPV (relacionada ao câncer de orofaringe) e outros como exposição a agentes oncogênicos como herbicidas, produtos químicos e pesticidas.
SINTOMAS
Os principais sintomas são o aparecimento de feridas na boca, não dolorosas e que não cicatrizam em 15 dias. Outros sintomas são ulcerações superficiais, indolores (podendo sangrar ou não) e manchas esbranquiçadas ou avermelhadas nos lábios ou na mucosa bucal. Dificuldade para falar, mastigar e engolir, além de emagrecimento acentuado, dor e presença de linfadenomegalia cervical (caroço no pescoço) são sinais de câncer de boca.
PREVENÇÃO
A prevenção do câncer na boca é possível através de hábitos saudáveis, que incluem:
- Evitar o consumo de álcool;
- Evitar fazer uso de tabaco;
- Evitar exposição ao sol sem proteção;
- Ter uma boa higiene bucal, escovando os dentes quatro vezes ao dia, de preferência após todas as refeições;
- Ter um acompanhamento odontológico frequente;
- Manutenção de uma dieta saudável, rica em frutas e legumes;
- Procurar atendimento odontológico se perceber qualquer tipo de alteração como: feridas, inchaços ou manchas.