11 de dezembro de 2024
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Acusado de desviar R$ 14 milhões do DNIT-MS articula indicação para Seinthra

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Embora o prefeito de Campo Grande Gilmar Olarte (PP) negue publicamente a possibilidade de trocar o comando da Seinthra (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação), fontes próximas ao gabinete confirmaram ao MS Notícias que a pasta deverá ter outro titular em breve.

Entre os candidatos está Guilherme de Alcântara Carvalho, que, por ser amigo de empreiteiros de nome que movimentam suntuosas quantias em Campo Grande, tem conseguido transitar pelos corredores das rodas políticas da Capital para viabilizar seu nome como novo secretário municipal de infraestrutura, transporte e habitação.

Acontece que, se Olarte, nomeá-lo estará jogando no lixo todo seu discurso de moralidade, transparência e deixará de ser o prefeito ficha limpa que tanto se orgulha. Guilherme é acusado pela justiça federal de cometer crimes como: formação de quadrilha, falsidade ideológica, falsificação de documento particular e corrupção passiva.

Guilherme, que era chefe do serviço de Engenharia na Superintendência Regional do DNIT/MS, era um dos líderes de um grupo de 12 pessoas que durante o ano de 2001 e 2006, desviaram mais de R$ 14 milhões do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte) em Mato Grosso do Sul.

Na época, a denúncia foi um verdadeiro escândalo e Guilherme e seus colegas foram afastados no DNIT, no entanto, o estrago já havia sido feito e as obras da BR-163 e BR-267 em Mato Grosso do Sul estavam paralisadas, inacabadas, pois o dinheiro que era para ser usado na reestruturação das rodovias estava sendo desviado por Guilherme e seus amigos do DNIT.

O MPF (Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul) denunciou à Justiça a quadrilha por ter desviado R$ 14 milhões em recursos públicos federais. Os recursos foram desviados através de contratos do DNIT com as empresas TV Técnica Viária Construções, Rodocon Construções Rodoviárias e ECR Sociedade Civil de Engenharia e Consultoria. As duas primeiras foram contratadas para executar obras e serviços na BR-163 e BR-267, em trechos dentro de Mato Grosso do Sul.

A empresa ECR foi contratada para a supervisão e controle das obras de restauração executadas pela empresa Técnica Viária. As empresas Base Engenharia e Spessato Diesel eram fornecedoras de bens e serviços para aquelas, atuando indiretamente nos contratos públicos que eram fraudados.

A operacionalização do esquema baseava-se na fiscalização das obras e serviços prestados pelas empresas, que é atribuição do DNIT e tinha Guilherme como um dos responsáveis. Em 3 de fevereiro de 2006, a Delegacia de Polícia Federal em Dourados instaurou o inquérito policial nº 026/2006, para apurar uma notícia criminal anônima sobre o desvio de recursos do DNIT pelo supervisor Carlos Roberto Milhorim.

A denúncia era de associação de Carlos Milhorim com as empresas Técnica Viária, Rodocom e ECR, que estariam fraudando as medições das obras e serviços, alterando-as para fazer constar valores maiores do que os executados pelas empresas. Tudo isso, conforme fontes, sob a supervisão de Guilherme. O DNIT, estaria pagando valores maiores do que os devidos. O que excedia o valor real dos contratos estaria sendo dividido por Carlos Roberto Milhorim e as empresas.

Os documentos apreendidos comprovaram a associação criminosa de Carlos Milhorim, Guilherme e os outros membros da quadrilha às empresas responsáveis pelas obras e serviços, passando a aumentar os valores pagos, apropriando-se do excedente. E esse homem que trouxe prejuízo milionário aos cofres públicos que hoje se beneficia de “amigos privilegiados, com costas quentes” para tentar controlar justamente e secretaria de obras, setor que ele detém profundo conhecimento e facilmente poderia voltar às antigas práticas de desvio de verba em detrimento da população da Capital.

Heloísa Lazarini