26 de julho de 2024
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Olarte corta luz da Ass. de Moradores do Paulo C. Machado e crianças ficam sem aula

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Na última terça-feira o professor de capoeira Edgar Souza Matos chegou à Associação dos Moradores do bairro Paulo Coelho Machado para mais um dia de aula e se deparou com funcionários da Energisa e da Águas Guariroba efetuando corte de luz e água na associação a mando do prefeito de Campo Grande Gilmar Olarte (PP).Cortar fornecimento de energia está se tornando comum na gestão Olarte. Há cerca de três emanas, ele suspendeu fornecimento de energia do instituto Mirim sem avisar na tentativa de pressionar a direção a renunciar. Edgar sem saber o que fazer entrou em contato com a presidente da Associação, recreadora Laura Tavares, que foi ao local e depois de procurar explicações da prefeitura e buscar ajuda dos vereadores ontem resolveu pedir ajuda à imprensa para chama atenção sobre o caso.

Segundo Laura, há 12 anos, ainda durante gestão do então prefeito André Puccinelli (PMDB) as despesas de água e luz sempre foram custeadas pela prefeitura por iniciativa do executivo municipal diante do trabalho desenvolvido pela associação que oferece aulas da capoeira, karatê e ballet, além de outras atividades a cerca de 50 crianças do bairro no período de contra-turno da escola e também no período da noite evitando que as crianças fiquem nas ruas do bairro, que sofre com falta de sinalização e iluminação.

Edgar explica que os funcionários afirmaram que o pedido de corte foi efetuado pela prefeitura de Campo Grande, no entanto nem o prefeito e nenhum secretário atendeu laura ontem para explicar o motivo do corte.

Com isso, ontem a aula de capoeira do horário das 19h aconteceu por menos de 30 minutos graças ao horário de verão que permitiu e entrada da luz do sul, pouca, pois se percebe pelas fotos que estava escuro no local. O medo de Laura é que sem auxílio da prefeitura para pagar águas e luz os pais tenham que arcar com a despesa, pois a comunidade do bairro é carente, maioria se enquadra nos casso de vulnerabilidade social e não tem condições de arcar com gastos extras.

"Vou tentar reverter essa situação, mas se for necessário vamos dar um jeito de ligar água e luz em nome de pessoa física se for preciso, mas tenho medo de como vamos arcar com essa despesa. Meu medo é acabar com projeto, que hoje é a única coisa que temos aqui no bairro para tirar as crianças da rua, que é violenta e perigosa. Sábado como vamos dar aula de ballet sem energia, sem música", desabafa Laura.

Para o professor da capoeira Edgar, a saída é ter fé em Deus e pedir que o Olarte tenha consciência da gravidade de sua ação. "Espero que ele se conscientize da gravidade do que está fazendo. Trabalho aqui há 12 anos, junto com Laura, com pessoal do ballet, karatê, reformamos a sede, trocamos janelas, e com nosso trabalho já livramos muitas crianças de se envolverem com drogas, isso não pode parar", explica.

Questionado hoje pela manhã sobre o caso, Olarte disse não saber de nada e negou que tivesse autorizado o corte.

Heloísa Lazarini, Karla Machado e Tayná Biazus