29 de março de 2024
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Bolsonaro pede paz em dia que STF soltará vídeo de acusações de Moro

Prometeu dinheiro do socorro aos estados e municípios

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"Água para o vinho", assim ocorreu ao presidente Jair Bolsonaro que procurou enfim parlamentares e governadores pedindo trégua. “Quero exaltar a forma com que essa reunião está sendo conduzida”, afirmou o governador paulista João Doria, durante a teleconferência. Bolsonaro apelou em reunião na 5ªfeira (21.maio) apoio para manter no Congresso os vetos a reajustes dos funcionários públicos. “A cota de sacrifício dos servidores, pela proposta que está aqui, é não ter reajuste até 31 de dezembro do ano que vem”, solicitou o chefe do Executivo. Mas, Bolsonaro está sob pressão de criar 'notícias boas', e não à toa — o decano do Supremo, ministro Celso de Mello, decide até às 17h desta 6ªfeira (22.maio) se levanta o sigilo na íntegra ou parcialmente do vídeo que registra a reunião ministerial na qual sobraram palavrões, ofensas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à China, e principalmente ameaça de intervenção na Polícia Federal. Segundo testemunho de quem assistiu, o presidente queria proteger filhos e um amigo. 

A trégua veio, mas para isso Bolsonaro teria que ajudar os estados e municípios, e disse que o faria, após apelo do presidente da Câmara, Rodrigo Maia. “A união de todos no enfrentamento à crise vai criar com certeza as condições para que no segundo momento possamos tratar do pós-pandemia da recuperação econômica, da recuperação dos empregos.” 

 “ O ministro da Fazenda, Paulo Guedes, disse ter sentimento de alívio com o resultado da reunião entre o presidente Jair Bolsonaro e governadores. ‘Nossa democracia é barulhenta, mas é virtuosa. E faz as entregas necessárias’, disse o ministro, numa referência aos conflitos que marcam a relação entre os poderes. Para ele, na hora necessária, todos convergiram. ‘Parecia que o presidente Bolsonaro era só economia e que os governadores eram só saúde. Agora, está todo mundo junto’, disse o ministro a respeito do aval dos governadores ao veto presidencial à possibilidade de aumento dos servidores públicos. 

 Mas a pressão por volta às ruas, ao trabalho cotidiano, se manteve. Após reunião pessoal com o presidente, no Planalto, o prefeito carioca Marcello Crivella saiu falando em reabrir a cidade. O pedido lhe foi feito pelo próprio Bolsonaro. Crivella foi ao encontro precisando de ajuda. Não tem em caixa os R$ 1,1 bilhão necessários para pagar o funcionalismo público municipal este mês, informa Berenice Seara, do Extra. 

A ofensiva política em busca de base que o sustente tem frentes por todo lado. Ao todo, os cargos oferecidos pelo Planalto a PP, PL, Republicanos e PSD — o Centrão — somam um orçamento de R$ 86 bilhões. Só o Fundo Nacional de Desenvolgimento da Educação, do MEC, tem em caixa R$ 54 bilhões. Além do conhecido sul-mato-grossense Carlos Marun, ao menos outros 6 indicados políticos já ganharam cargos no governo bolsonarista. Juntos, os indicados custarão R$ 162 mil por mês aos cofres públicos, todos eles receberão salários de R$ 27 mil ao mês. Veja aqui os nomes.

*Com Meio.