19 de abril de 2024
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NEGOCIAÇÕES

Além de Marun, veja à quem Bolsonaro já deu cargos para evitar impeachment

Foi retirado do cargo em 2019. Era ministro da gestão Temer. Marun terá salário mensal é de R$ 27.000

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O presidente da República, Jair Bolsonaro, nomeou Carlos Marun, ministro da Secretaria de Governo na gestão Temer, para o Conselho da Itaipu Nacional. O decreto foi publicado no Diário Oficial da União na 6ª feira (15.mai.2020). O mandato de Marun vai até 2024. O salário mensal é de R$ 27.000.

Desde que passou a negociar cargos com os partidos do chamado centrão em troca de apoio no Congresso, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) já entregou espaços importantes da máquina federal a legendas como PP, PL e Republicanos. Dentre as nomeações, está a recondução ao cargo de Carlos Marun (MDB), aliado fiel do ex-presidente Michel Temer (MDB), o ex-ministro foi nomeado para o cargo de conselheiro da Itaipu Binacional. A indicação teria partido do próprio ex-presidente. José Carlos Aleluia (DEM) Reconduzido ao conselho da Itaipu Binacional, é indicação do DEM. Antigo cacique do partido, o ex-deputado foi sugerido para o cargo pelo presidente da legenda, ACM Neto (BA), segundo congressistas.

As indicações começaram a ser feitas em abril pelos partidos. As primeiras nomeações saíram no fim do mês passado.

Atacado na campanha por Bolsonaro como sendo exemplo do que chama de velha política, composto por congressistas adeptos do "toma lá dá cá", o centrão reúne cerca de 200 dos 513 deputados.

O grupo é formado principalmente por PP, PL, Republicanos, PTB e PSD (esse último nega fazer parte), que encabeçam a atual negociação. DEM, MDB e Solidariedade também fazem parte do bloco na Câmara, comandado pelo líder do PP, Arthur Lira (AL).

Do lado de Bolsonaro, as negociações têm como objetivo formar uma inédita base de sustentação no Congresso para garantir a aprovação de projetos e, principalmente, barrar a abertura de um possível processo de impeachment do presidente.

Para evitar esse risco, Bolsonaro precisa ter ao seu lado pelo menos 172 dos 513 deputados federais.

Além de Marun, Bolsonaro loteou cargos, à Fernando Leão (Avante). Nomeado para a direção-geral do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), indicado pelo Progressistas.Vinculada ao MDR (Ministério do Desenvolvimento Regional), a autarquia é responsável pela construção de barragens e açudes nas regiões áridas do país, tem forte caráter assistencial no interior do Nordeste.Apesar da indicação do Progressistas, Marcondes é filiado ao Avante.A costura fez parte da estratégia de partidos maiores de atraírem siglas menores para a base do governo. Orçamento do Dnocs autorizado para 2020: R$ 998,5 milhões

Carlos da Silva Filho

Nomeado para a Superintendência de Trens Urbanos do Recife por indicação do PSC. A superintendência faz parte da CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos), que é vinculada ao MDR. A nomeação teve a chancela de caciques do centrão da Câmara com o objetivo de levar o PSC, que tem nove deputados, para a base de Bolsonaro. Orçamento da CBTU autorizado para 2020: R$ 1,1 bilhão Tiago Pontes Queiroz. Nomeado para a Secretaria Nacional de Mobilidade e Desenvolvimento Regional por indicação do Republicanos. Advogado, Queiroz entrou no lugar de Adriana Melo Alves, funcionária de carreira do MDR. Orçamento do Ministério do Desenvolvimento Regional autorizado para 2020: R$ 17,2 bilhões.

Garigham Amarante Pinto

Nomeado para a Diretoria de Ações Educacionais do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) por indicação do PL.A diretoria é responsável pela gestão de alguns dos programas mais importantes do fundo, que tem orçamento bilionário, como os de livro didático, transporte escolar e de transferências diretas para as escolas. Garigham é nome de confiança de Valdemar Costa Neto, que comanda o partido. Orçamento do FNDE autorizado para 2020: R$ 29,9 bilhões

OUTRAS NOMEAÇÕES

Bolsonaro também nomeou o ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia) e as seguintes pessoas para o conselho da estatal:

Célio Faria Júnior, chefe da assessoria especial da Presidência;
Wilson Pinto Ferreira Júnior, presidente da Eletrobras;
José Carlos Aleluia Costa, ex-deputado pelo Democratas da Bahia;
Pedro Miguel da Costa e Silva, secretário de relações bilaterais e regionais nas Américas do Itamaraty.

Todos receberão mensalmente o mesmo montante que Marun: R$ 27.000.

*Com FolhaPress