26 de julho de 2024
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ELEIÇÕES 2022

Criminosos do RJ dizem preferir Bolsonaro reeleito

Traficantes e contrabandistas apontam melhor ambiente na gestão bolsonarista

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O jornal britânico The Guardian publicou em seu site, na sexta-feira (21.out.22), uma reportagem do jornalista Tom Phillips que revela a preferência de criminosos do Rio de Janeiro pela reeleição de Jair Bolsonaro (PL).

O repórter obteve relatos de um traficante de armas, de um traficante de drogas e de um ladrão de banco. Eles citaram a facilidade para o acesso às armas como motivo para preferirem Bolsonaro e não quererem Lula presidente. 

“A vida tem sido mais fácil com Bolsonaro. É mais fácil conseguir armas. É mais fácil conseguir munição", disse o traficante de armas.

O criminoso celebrou o governo bolsonarista mas reconheceu que “quem governou para os pobres foi Lula”. “Para mim e minha família, Bolsonaro é melhor. Mas e as minhas raízes? E as crianças por aqui?” perguntou ele, apontando para a favela carente ao seu redor.

“Lula é um canalha – um canalha”, proclamou o bandido de 37 anos, denunciando supostos grandes escândalos de corrupção, que segundo ele, que marcaram os 14 anos de governo do Partido dos Trabalhadores (PT) de Lula. “Por que ele quer voltar ao poder? Porque ele quer continuar chupando as tetas do país”. Vale explicar que, entretanto, todas as acusações criminais contra os ex-presidentes foram anuladas .

Já o traficante de drogas revelou ao The Guardian que votou em Bolsonaro no primeiro turno e que vai repetir a dose no segundo. “Ele é um cara autêntico”, justificou.

“Bolsonaro é o presidente dos ricos, blud (entidade maléfica)”, resumiu o pistoleiro. “Ele é o presidente do louco”, disse outro participante.

“Esses caras são malucos”, desabafou um membro da máfia de dreadlocks. O criminoso disse ser cristão evangélico e afirmou ainda que acredita que o atual presidente vai vencer as eleições. "E se não ganhar, Deus sabe que alguma coisa fora do comum está marcada para acontecer", avaliou. 

O contrabandista disse que, quando se fala em contrabando de armas, Bolsonaro foi a melhor escolha. Para ele, o relaxamento do controle de armas por parte do presidente para caçadores, atiradores e colecionadores – conhecidos no Brasil como “CACs” – tornou fácil a aquisição de armas de fogo de alto calibre. “Mais de 60% das armas que os traficantes têm agora são do CAC”, disse ele, acrescentando que tinha uma dessas armas em seu carro.

O contrabandista de maconha lamentou a época do governo Lula em que as autoridades usavam drones não tripulados para monitorar a fronteira oeste do Brasil. A medida foi considerada um golpe para os traficantes transfronteiriços.

Para o repórter Tom Phillips, as opiniões conflitantes dos criminosos do RJ que teve contato representam "um microcosmo de uma fissura muito mais ampla na sociedade brasileira à medida que o país sul-americano se aproxima de sua eleição mais discordante em décadas". Veja a reportagem completa aqui.