25 de abril de 2024
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ELEIÇÕES 2022

DATAFOLHA: Lula abre 19 pontos sobre Bolsonaro no 1º turno

47% das intenções de voto no primeiro turno; se seguir nesse ritmo, eleição presidencial será de 1 turno

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Nova pesquisa do Datafolha divulgada nesta quinta-feira (23.jun.22) mostra um cenário estável na corrida pela sucessão de Jair Bolsonaro (PL) na eleição de outubro. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 19 pontos de vantagem sobre o presidente, marcando 47% das intenções de voto no primeiro turno. Com esse quadro, Lula pode liquidar as eleições de 2022 ainda no 1º turno.  

  • Lula: 47%
  • Bolsonaro: 28%
  • Ciro: 8%.

Os dez outros candidatos se embolam, empatados tecnicamente, no pelotão dos que têm de 2% para baixo. A contagem regressiva de 100 dias para o pleito começa nesta sexta (24.jun.22). A terceira via segue sem levantar.  

O Datafolha disse que ouviu 2.556 eleitores em 181 cidades nos dias 22 e 23 de junho. A margem de erro da pesquisa, contratada pela Folha e registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o número 09088/2022, é de dois pontos para mais ou menos. A pesquisa teve um custo total de R$ 473.780,00, pagos pela empresa Empresa Folha da Manha S.A. Eis a íntegra.  

Os pesquisadores do Datafolha foram a campo no mesmo dia em que emergiu a notícia de que o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro havia sido preso, na quarta (22.jun.22). 

Aliado por quem Bolsonaro disse colocar "a cara no fogo", ele protagoniza um escândalo de corrupção, cujo combate é um dos pontos do discurso presidencial.

O elemento se somou ao embate entre o Planalto e a Petrobras acerca do reajuste dos preços de combustíveis, que impacta na inflação numa campanha eleitoral marcada pelo debate econômico.

Além disso, o presidente enfrenta desgastes variados, do assassinato de um indigenista e de um repórter na Amazônia aos problemas de sua gestão, que acumula problemas.

Nesse sentido, a oscilação positiva de um ponto percentual da rodada anterior para cá pode ser até comemorada por aliados mais otimistas de Bolsonaro.

Lula fez o caminho inverso, embora só tenha se notabilizado no período pela divulgação de um criticado plano de governo e por ter adicionado tropeços junto ao eleitorado conservador.

Ciro, por sua vez, segue isolado num patamar abaixo do que havia conseguido em suas três tentativas anteriores de chegar à Presidência. Também oscilou, de 7% para 8%. Ele é seguido pelo grupo liderado numericamente pelo deputado André Janones (Avante-MG), com 2%.

Isso é notável também na pesquisa espontânea, quando os entrevistados falam em quem vão votar sem serem estimulados por uma lista.

Nela, Lula marcou 37%, ante 38% há menos de um mês. Já Bolsonaro oscilou de 22% para 25%, enquanto quem não sabe ainda em quem votará ficaram estáveis também (29% para 27%). Ciro marca 3%.

Do ponto de vista de perfil do eleitorado, as tendências se mantiveram. Lula segue soberano no Nordeste, segunda região mais populosa com 27% de quem vai às urnas, onde derrota Bolsonaro por 58% a 19%.

Tem grande vantagem entre os mais jovens (54% a 24%), menos escolarizados (56% a 22%) e, principalmente, entre os mais pobres.

Nesse grupo, de quem ganha até 2 salários mínimos e que compõe 52% da amostra populacional do Datafolha, Lula também vence Bolsonaro por 56% a 22%, evidenciando a falta de alcance eleitoral até aqui de medidas do governo como o Auxílio Brasil.

No segmento evangélico (26% da população), Bolsonaro ampliou um pouco a vantagem e deixou o empate técnico, no limite, com Lula.

Não se sabe qual será o impacto no grupo do escândalo envolvendo Ribeiro, que é pastor, e outros religiosos em falcatruas no MEC. O presidente tem entre eles 40% (eram 39% em maio), ante 35% de Lula (eram 36%)

Bolsonaro vai melhor entre os homens (36%, ante 44% de Lula) e entre aqueles que ganham mais: tem 44% no grupo com renda mensal de 5 a 10 mínimos e 47%, entre os que ganham mais de 10 mínimos. Esses dois segmentos, contudo, somam 11% da população.

O presidente também mantém uma fortaleza no Centro-Oeste, região com 7% da população onde tem 40% de intenções de voto. No populoso Sudeste, lar de 42% dos brasileiros, Lula tem 43% e Bolsonaro, 29%.