Definido hoje (18.jan.2021), pela Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, que a eleição para a escolha do novo presidente da Casa acontecerá presencialmente em 1º de fevereiro. A data escolhida era defendida por vários aliados do deputado Arthur Lira (PP-AL), e será um dia antes do que do que pretendia Rodrigo Maia (DEM-RJ), o atual presidente que presta apoio ao candidato Baleia Rossi (MDB-SP).
Sul-mato-grossense, Simone Tebet (MDB-MS), atual presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), também concorre à presidência da Câmara dos Deputados. Em seu discurso preza pelo equilíbrio, correndo contra a desvantagem de lançar de maneira tardia sua candidatura.
Simone, busca repetir o feito de seu pai, Ramez Tebet (1936-2006), que há 20 anos foi eleito presidente da Casa e, ainda, conquistar a marca de tornar-se a primeira mulher da história brasileira presidente do Senado. Sua missão será manter o apoio dos parlamentares defensores do discurso anticorrupção mais radical –do bloco Muda Senado– e ao mesmo tempo romper resistências em blocos tradicionais e a de Jair Bolsonaro.
Parlamentar há seis anos, segundo informações da Folhapress, Simone Tebet afirmou que trabalhará pela autonomia do Legislativo, mas que sua candidatura não seria nem de situação nem de oposição, e sim uma "independência harmônica", que assim poderia "ajudar o governo nas pautas prioritárias do país".
Em suas pautas defende a bandeira da oposição, pela prorrogação do auxílio emergencial dentro do teto dos gastos, sendo que, de acordo com a equipe econômica, as duas coisas são incompatíveis na prática.
Na eleição para definir o sucessor de Rodrigo Maia na presidência da Câmara dos Deputados, um levantamento feito pelo jornal Estadão aponta que: Arthur Lira, que tem o apoio de Bolsonaro acumula 187 votos, enquanto Baleia Rossi, defendido por Maia, contabiliza 118.
Entretanto, parlamentares que não declararam seus apoios são maiores em número do que qualquer um dos votos acumulados, 168 deputados não responderam e 18 não foram encontrados. Na disputa serão necessários a soma de 257 votos para o vencer a disputa.
No jogo de poder, Tebet é uma "pedra no sapato" de Bolsonaro. Há dois anos Simone afirmava que, para ajudar a reforma previdenciária o presidente poderia "ficar calado". Hoje, segundo assessores da presidência da república, a articulação política do Planalto entrou em contato com senadores para tentar tirar os votos da atual presidente da CCJ.
Senadora de Mato Grosso do Sul, Simone começou sua carreira política em 2003, como deputada estadual até 2005. Sempre filiada ao MDB, foi prefeita de Três Lagoas; secretária estadual de Governo e vice-governadora. Atualmente Simone contribui para que a reforma da Previdência seja aprovada e busca autonomia do Banco Central. Seus aliados a consideram destemida, independente e uma representante da nova política
Foi ela a responsável pela abertura do caminho para a apreciação mais acelerada da CCJ, de três propostas de emendas constitucionais, as quais a equipe econômica considera fundamentais: a PEC dos Fundos, a PEC Emergencial e PEC do Pacto Federativo. Entretanto, todas empacaram depois.