01 de maio de 2024
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Em Rio Verde, prefeito bate recorde em rejeição e ex lidera intenções de voto

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Com 56% de rejeição, baixa avaliação administrativa e tímidos índices de preferência junto ao eleitorado, o prefeito Mário Kruger (PT) enfrentará enormes barreiras se levar adiante o desejo de conquistar mais quatro anos de mandato. É o que se pode deduzir da pesquisa feita em setembro passado pela Vale Consultoria e Assessoria. Com índice de confiabilidade em 95% e 2.4 pontos percentuais de margem de erro - para mais ou para menos - a empresa ouviu 300 eleitores e eleitoras de 20 regiões urbanas (o Centro e 19 bairros).

Na entrevista espontânea, a candidatura mais citada é a do ex-prefeito José de Oliveira Santos, o Zé Mijão (PMDB), com 27%. O também ex-prefeito William Brito (PR), com 21%, está logo atrás. A fila de possíveis candidaturas é completada, pela ordem, por Mário Kruger (3%), Egon Max de Brito (PSD) e vereadora Cleisy Maira, com 2%; a vice-prefeita Dinalvinha Viana (PT), o militar reformado e empresário José Laurentino dos Santos Filho e a vereadora Juliana Figueiredo, com 1%; o vereador mais votado em 2012, William da Farmácia (PP), com 0,66%; professor Edson Batista França (PHS) e os empresários Marcos Mackert e o presidente do Sindicato das Indústrias Cerâmicas de Mato Grosso do Sul (Sindcer), Natel Henrique Farias de Moraes (PTB), completam o quadro, com 0,33%. Os indecisos são 25,35%, enquanto 15% dos entrevistados pretendem anular o voto, votar em branco ou não apoiam nenhuma dessas candidaturas.

Pelo método da consulta estimulada o ex-prefeito Zé Mijão amplia a dianteira sobre William Douglas (35% a 23%). Em seguida foram mencionados o ex-vereador Jorginho Oliveira dos Santos (PSDB), com 6%; Mário Kruger e Juliana, com 5%; Cleisy, com 4%; tenente Laurentino, com 3%; Egon Brito, com 2%; e Marcão, com 0,33%. Os indecisos na estimulada somam 13,67% e 3% são os eleitores dispostos a votar em branco, anular o voto ou não votar em nenhum dos candidatos citados.

É interessante observar que Zé Mijão, William e Kruger protagonizaram os confrontos sucessórios nos últimos 15 anos. Zé Mijão, que já havia administrado o município em três ocasiões nos anos 1970-80, ganhou em 2000 ao derrotar Ezequial Icassati Nantes por 5.751 votos a 2.933. Em 2004, Kruger se elegeu com 6.325 votos, batendo William, que teve 3.896. Mas William deu o troco quatro anos depois e, com 5.720 votos, venceu Kruger, que chegou a 5.163. Em 2012, o petista surpreendeu Zé Mijão: teve 6.000 votos contra 5.258 do peemedebista e reassumiu o poder.

REJEIÇÃO E DESASTRE – De acordo com a amostragem da Vale Consultoria, em cada 100 eleitores rio-verdenses 56 descartam votar no prefeito  Mário Kruger. Seu índice de rejeição é de 56%, seis vezes superior ao do segundo colocado, Zé Mijão, em quem 9% dos entrevistados disseram não votar de jeito nenhum.

Em seguida, as prováveis candidaturas mais rejeitadas são as de Egon de Brito (6%), Marcão e Laurentino (5%), Juliana (3%), William Brito e Cleisy (1%). Não sabem ou não responderam a esse irem 12% das pessoas entrevistadas. A rejeição atribuída pelo eleitorado ao prefeito pode ser explicada no baixíssimo índice de aprovação administrativa: só 11% dos rio-verdenses consideram sua gestão ótima ou boa, enquanto 58% a reprovam. Para 16% seu governo é regular e 15% não souberam ou não quiseram responder.

As instituições fiscalizadoras e de controle colecionam decisões que colocam o chefe do Executivo de Rio Verde em delicado contexto político e ético. Ele e o seu predecessor, William Brito, foram alvos de inquéritos do Ministério Publico Estadual (MPE), investigados por manipulação indevida de recursos da saúde que foram repassados ao Município entre janeiro de 2011 e novembro de 2013. A investigação deu continuidade à apuração de irregularidades constatadas pela Controladoria-Geral da União.

Além disso, o Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS) impugnou diversos balancetes das gestões de Kruger e William Brito. Ambos receberam multas e outras punições da Corte por irregularidades nas prestações de contas. Em agosto passado, por exemplo, os co selheiros Iran Coelho das Neves, Marisa Serrano e Patrícia Sarmento (substituta), da 2ª Câmara do TCE, aplicaram multas de 850 Uferms (Unidades Fiscais de Referência), equivalentes a R$ 18,3 mil. Foram rejeitadas as despesas de contratos de serviços, um deles para a estrutura do “CarnaVerde”, o carnaval promovido pela Prefeitura.