29 de março de 2024
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Ex-assessora fantasma de Flávio Bolsonaro confessa rachadinha; devolvia 90% do salário

A funcionária ainda apresentou extratos bancários para comprovar que, entre 2011 e 2017, entregou por meio de depósitos e transferências cerca de R$ 160 mil para Fabrício Queiroz

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Foi o depoimento de Luiza Sousa Paes, ex-assessora do antigo gabinete do "01", Flávio Bolsonaro, na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) que revelou o esquema de ‘rachadinha’ na Alerj que culminou na denunciação do Ministério Público do caso à justiça ontem (3.nov.2020). As informações são do O Globo. 

Luiza confessou aos investigadores que ela nunca atuou como funcionária do filho do presidente Jair Bolsonaro e também era obrigada a devolver mais de 90% do salário que recebia pelo cargo fantasma. 

A funcionária ainda apresentou extratos bancários para comprovar que, entre 2011 e 2017, entregou por meio de depósitos e transferências cerca de R$ 160 mil para Fabrício Queiroz, ex-chefe da segurança de Flávio e apontado como operador do esquema de desvios de salários. Luiza inaugura as confissões sobre os ligados à prática criminosa.  Flávio, seu ex-assessor Fabrício Queiroz e mais 15 investigados foram denunciados por organização criminosa, peculato, lavagem de dinheiro e apropriação indébita, na época em que Flávio Bolsonaro era deputado estadual.

No confessionário, a ex-funcionária fantasma, que foi nomeada como assessora de Flávio em 12 de agosto de 2011 e lá ficou até 11 de abril de 2012. Também foi nomeada na TV Alerj e no Departamento de Planos e Orçamento, revelou que dos quase 5 mil que recebia ao mês, ficava só com R$ 700,00, o resto era obrigada a entregar para o Queiroz.

Ainda segundo confissão, Luiza disse que tinha como obrigação devolver valores relativos a 13º, férias, vale-alimentação e até o valor recebido pela Receita Federal como restituição do imposto de renda. O valor do vale-alimentação, cerca de R$ 80 diariamente, era depositado diretamente nas contas dos funcionários da Alerj sem registro ou desconto no contracheque.

Ela relatou que conheceu outras pessoas que viviam situação semelhante a dela: nomeadas sem trabalhar. Citou as duas filhas mais velhas de Fabrício Queiroz, Nathália e Evelyn, e Sheila Vasconcellos, amiga da família do policial. Os dados financeiros das três, obtidos na investigação, já identificavam que elas tinham devolvido para Queiroz R$ 878,4 mil.

A defesa do senador Flávio Bolsonaro não quis comentar o depoimento de Luiza. Sobre a denúncia afirmou, em nota, que já era esperada, mas não se sustenta.

Fonte: O GLOBO.