23 de abril de 2024
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DEBOCHE DA TORTURA

Ex-presidenta tem apoio de FHC, Maia e Lula contra falas de Bolsonaro

Dilma Rousseff recebeu indenizações de Minas Gerais e Rio de Janeiro pelas violências sofridas, enquanto atual presidente trata os ocorridos com escárnio

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Após provocação do atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (sem partido), sobre a tortura que a petista Dilma Rousseff sofreu durante a ditadura militar, vários nomes do cenário político se levantaram em defesa da ex-presidente de Brasil.

Fernando Henrique Cardoso (PSDB) demonstrou apoio através de uma rede social. O tucano afirmou que "brincar com tortura é inaceitável", independentemente do lado político das vítimas. Para ele, as declarações de Bolsonaro "passam dos limites".

"Minha solidariedade à ex-Presidente Dilma Rousseff. Brincar com a tortura dela -ou de qualquer pessoa- é inaceitável. Concorde-se ou não com as atitudes políticas das vítimas. Passa dos limites", disse FHC.

Ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também reagiu. "O Brasil perde um pouco de sua humanidade a cada vez que Jair Bolsonaro abre a boca. Minha solidariedade a presidenta (Dilma Rousseff), mulher detentora de uma coragem que Bolsonaro, um homem sem valor, jamais reconhecerá", escreveu o petista em uma rede social.

Segundo informações do Portal G1, Rodrigo Maia (DEM-RJ), atual presidente da Câmara também teceu críticas. "Bolsonaro não tem dimensão humana. Tortura é debochar da dor do outro. Falo isso porque sou filho de um ex-exilado e torturado pela ditadura. Minha solidariedade a ex-presidente Dilma. Tenho diferenças com a ex-presidente, mas tenho a dimensão do respeito e da dignidade humana", afirmou.

Foi durante conversa com apoiadores em frente do Palácio da Alvorada, em Brasília, na segunda-feira (28.dez), que Bolsonaro ironizou a tortura sofrida pela petista no período em que ela esteve presa, em 1970, durante a ditadura militar. Algum de seus seguidores disse era militar ativo em 1965 e que não viu tortura. Em resposta, o atual chefe do executivo disse que chegou a cobrar que lhe mostrassem um raio-X da adversária política para provar uma fratura na mandíbula. "Dizem que a Dilma foi torturada e fraturaram a mandíbula dela. Traz o raio-X para a gente ver o calo ósseo. Olha que eu não sou médico, mas até hoje estou aguardando o raio-X", afirmou.

Já Dilma rebateu e classificou Bolsonaro como fascista, sociopata e "cúmplice da tortura e da morte".

Para a petista, Bolsonaro mostra, "com a torpeza do deboche e as gargalhadas de escárnio, a índole própria de um torturador" e "ao desrespeitar quem foi torturado quando estava sob a custódia do Estado, escolhe ser cúmplice da tortura e da morte." (com informações da Folhapress)