26 de julho de 2024
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Mauro Cid denuncia senador Luis Carlos Heinze em delação

Radical bolsonarista articulou pelo golpe de estado no Brasil

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Durante um depoimento à Polícia Federal, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, mencionou o senador Luis Carlos Heinze (PP-AL) como parte de um grupo de "radicais" que apoiavam a ideia de fraude eleitoral e a possível intervenção militar no país após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições.

Em um documento a PF descreve uma reunião entre Heinze e Bolsonaro em 12 de novembro, cerca de duas semanas após o segundo turno, na qual Cid e o ex-ministro Walter Braga Netto, que foi candidato a vice na chapa de Bolsonaro, discutiram uma videoconferência marcada para aquele dia.

Em um áudio gravado pela PF em 8 de novembro de 2022, Mauro Cid relata a um interlocutor (supostamente endereçado ao então comandante do Exército, general Freire Gomes) que Jair Bolsonaro estava sendo pressionado por visitantes pessoais para tomar ações mais enérgicas e reverter o resultado das eleições.

O senador Luis Carlos Heinze negou ter apoiado tal medida, afirmando que suas ações tinham como objetivo esclarecer dúvidas sobre o processo eleitoral para seus eleitores. Em comunicado, ele declarou: "Minhas ações após as eleições de 2022 são públicas e documentadas, buscando esclarecimentos e uma investigação imparcial, alinhadas com as responsabilidades do meu cargo público e meu dever de fiscalização".

Heinze foi um dos defensores do governo Bolsonaro na CPI da Covid em 2021, e chegou a ser proposto para indiciamento pelo então relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL). Ele foi acusado na CPI de disseminar desinformação sobre tratamentos para Covid-19, promovendo medicamentos sem eficácia comprovada.