24 de abril de 2024
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RACHADINHA + MARIELLE

MP-RJ aprofunda investigação de Flávio Bolsonaro, caso pode estar ligado a assassinato de Marielle

Família presidencial se reuniu na noite de ontem (18) para reagir ao avanço de investigações que apontam o filho do presidente Jair Bolsonaro como suspeito

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O jornalista George Marques, um dos mais bem-informados do Congresso Nacional, acenou em no Twitter que o grande temor do senador Flávio Bolsonaro, o Zero Um, vai muito além do caso das ‘rachadinhas’, situação em que o chefe de gabinete do senador Flávio Bolsonaro quando ele era deputado da Assembleia do Rio, Fabrício Queiroz teria recebido ao todo R$ 2 milhões em depósitos feitos por 13 assessores. Segundo o jornalista, as investigações podem levar ao assassinato de Marielle Franco. A suspeita dos investigadores é de que o filho Zero Um lavava o dinheiro arrecadado na rachadinha comprando e vendendo apartamentos.

Dois imóveis localizados no bairro de Copacabana, e comprados por Flávio em novembro de 2012, foram adquiridos por 30% do que o comprador anterior havia pago, e vendidos um ano após, com lucro de 300%. Também uma loja Kopenhagen, que pertence a Flávio e se localiza no shopping Via Parque, pode ter sido usada para o mesmo fim. A conta de pessoa jurídica da empresa recebeu inúmeros aportes que foram repassados a Zero Um como distribuição de lucros fictício, segundo a observou a Revista Crusoé. 

Conforme o levantamento feito pelo Ministério Público do Rio, entre 2007 e 2018, houve 339 depósitos feitos em dinheiro, 127 transferências bancárias e 17 depósitos em cheques. Outros R$ 900 mil foram repassados à Queiroz sem procedência identificada.

No mesmo período, Queiroz sacou em espécie R$ 2,96 milhões. Em conjunto, Danielle Mendonça da Costa e Raimunda Veras Magalhães, mulher e mãe do ex-policial militar Adriano Magalhães da Nóbrega, são responsáveis pelos repasses de R$ 203 mil. Mais R$ 202 mil foram sacados pelas duas no banco. Exonerado da Polícia Militar, acusado de assassinato, Adriano é suspeito de liderar a milícia em Rio das Pedras, Zona Oeste carioca. No período em que trabalharam para o filho mais velho do presidente, as duas receberam R$ 1 milhão. O relatório do Ministério Público carioca, obtido com exclusividade pela revista Crusoé, também afirma que dez parentes de Cristina Siqueira Valle, a segunda mulher de Jair Bolsonaro, sacaram do banco em dinheiro R$ 4 milhões, ou 83% da remuneração. Viviam, em todo o período, na cidade de Resende. Os saques sempre ocorriam logo após o pagamento.

O MP realizou ontem (18) pela manhã uma operação de busca e apreensão em inúmeros endereços de ex-assessores de Flávio no Rio e em Resende, para levantar provas dos crimes de lavagem de dinheiro e peculato — desvio de dinheiro público. Como base para obter autorização judicial, os procuradores apresentaram ao juiz diálogos retirados do celular de Danielle Mendonça, a ex-mulher do capitão Adriano. Em uma, Queiroz enviou a ela a imagem do contracheque para que preenchesse o Imposto de Renda, indício de que sequer aparecia no gabinete. Em outra, se queixava com uma amiga do incômodo com a origem do dinheiro. Numa terceira, o então chefe de gabinete adverte a ex-assessora. [SIC] “Tá havendo problemas”, ele afirmou, quando começaram a sair reportagens sobre o assunto. “Cuidado com que vai falar no celular. ”, alertou segundo informou O Globo.

Ainda de acordo com os investigadores, Flávio Bolsonaro recebia recursos por meio de pagamentos de contas; o caso do então cabo da PM, Diego Sodré de Castro, que teria quitado um boleto de pouco mais de R$ 16 mil em nome do senador, além de fazer transferências bancárias para dois assessores. Diego foi investigado, pois recebia salário inferior aos repasses, a corregedoria de polícia também indiciou Diego, após denúncias de que ele estaria ameaçando moradores em Copacabana, para que esses aderissem aos serviços de uma empresa de segurança que consta em seu nome, a Santa Clara Serviços, disse a Crusoé.      

No final do dia de ontem, Flávio se encontrou com o pai, presidente Jair Bolsonaro, acompanhado do advogado da família, Frederic Wassef. Eles estiveram reunidos no Palácio da Alvorada das 19h30 até 21h20. Também estava presente o filho Zero Três, Eduardo. 

VEJA O TWÍTTE PUBLICADO PELO JORNALISTA 

 

 

Fonte: Com Meio e Revista Crusoé.