26 de abril de 2024
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ELEIÇÕES 2022

"O presidente está fazendo de tudo para perder", diz própria campanha de Bolsonaro

Chapa Bolsonaro-Braga Netto acabou ficando com cara de 'pão com êpa!', diz general

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“O risco de derrota só aumenta”, lamentava, na tarde de ontem (27.jun.22), um dos envolvidos na tentativa de coordenar os trabalhos da campanha de Jair Bolsonaro (PL). "O presidente está fazendo de tudo para perder", é a avaliação que mais se ouve no entorno de Bolsonaro, mas que ninguém tem coragem de fazer diretamente a ele, comentou Malu Gaspar e Rafael Moraes Moura, no O Globo.  

O desânimo é recíproco entre o pré-candidato e sua equipe de campanha: Bolsonaro não tem poupado reservadamente críticas ao PL, ao marketing da campanha e à equipe jurídica – e por isso tem ignorado os conselhos que recebe.

Mostramos aqui no MS Notícias que o Centrão havia escolhido Tereza Cristina (PP-MS) para vice-presidente. Ela era vista como uma oportunidade de criar fatos positivos para “chacoalhar a campanha” que amarga estratégias até aqui, pouco eficientes. Diante disso, Bolsonaro tentará repetir a estratégia de 2018. E hoje ele esteve em Maceió, com o aliado da primeira-hora, ex-presidente Fernando Collor, impeachmado por corrupção

Na ocasião de visita à Alagoas, a rede bolsonarista tentou se manter como tema mais comentado no twitter, mas apenas ocorreram 3 mil menções. A ideia era lotar as mídias com imagens de motociatas com público medido pela tela. Ocorre que, o Brasil de 2022 já não é ingênuo a ponto de acreditar em vídeos disparados pelo gabinete do ódio bolsonarista.  

Após descartar Tereza Cristina, Bolsonaro também perdeu a hipotética chance de atrair o eleitorado feminino, outro foco de rejeição ao chefe do Planalto, o Centrão considerava que a imagem de uma mulher com perfil mais político e imagem de realizadora poderia "amenizar" o radicalismo de uma chapa puramente ideológica. 

“No nosso planejamento, junho seria o mês da virada, mas até agora só colecionamos problemas”, diz um estrategista da campanha. 

Para um general que trabalhou no primeiro escalão do governo, a chapa Bolsonaro-Braga Netto acabou ficando com cara de "pão com êpa!”. “É como chamamos na linguagem militar, quando você abre o pão, cheio de expectativas, e não tem nada dentro”, define.