16 de abril de 2024
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Para presidente de CPI do Cimi, depoimento de índio é confuso

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Em depoimento prestado à CPI do Conselho Missionário Indigenista (Cimi) o professor Alberto França Dias, índio da aldeia Buriti, localizado no município de Dois Irmãos do Buriti afirmou desconhecer quaisquer ações do Cimi direcionadas à população indígena do Estado.

Na oportunidade, Dias informou que as decisões referentes as questões indígenas não são tomadas em reuniões.’ A tomada de decisões é dentro das comunidades e o Cimi não participa”, disse. Alberto França acrescentou ainda que, no conflito ocorrido na região Buriti, o órgão não orientou indígenas a não saírem do local. “Foi uma decisão dos índios de permanecer na fazenda. Eu não sei o que o Cimi fazia ali. Havia vários movimentos sociais lá”, lembra.

Outra depoente, produtora rural Roseli Maria Ruiz da Silva, da Fazenda Barra localizada no município de Antônio João relatou os últimos 17 anos de conflitos ocorridos na região “Tudo eu tenho documento, tudo que eu falar eu provo com documentos porque são 17 anos de investigação que nós fizemos, até onde podemos ir”, disse.

Segundo produtora, a convivência com indígenas sempre foi pacífica até a chegada do Maucir Pauletti no Cimi. Conforme  Roseli Ruiz Maucir tinha conhecimento da comunicação interna expedida pela administração regional da Funai de Amambai encaminhada para a Funai de Brasília. “Sim, eu já ouvi dos indígenas que o Cimi mata e coloca a culpa nos fazendeiros e tenho registro disso. E também declaro que o modus operandi do Cimi é igual, é o mesmo em todas as partes do Brasil e eu tenho como mostrar isso baseado em todo o estudo que fiz até aqui”, ressaltou “a grande maioria dos índios são pobres e jogados a própria sorte. Os maiores prejudicados com tudo isso são os próprios indígenas”, completou a produtora rural.

Após depoimentos, a presidente da CPI, deputada Mara Caseiro (PTdoB) criticou depoimento do professor indígena Alberto França . “Muita contradição porque quando a gente pergunta o que o Cimi faz dentro das aldeias, ele não sabe. Como uma grande liderança, como o professor Alberto, uma pessoa extremamente culta e preparada, não tem conhecimento das ações, nem que sejam boas ações que o Cimi pratica dentro das aldeias, porque ele disse que conhece integrantes do Cimi, mas não sabe o que eles fazem, é muito esquisito. É obscuro e é muito triste porque que a cada dia mais há um comprovação de que há o interesse dessa organização em manipular”, avalia  Mara Caseiro.  

Além de Mara Caseiro, a CPI do Cimi é composta ainda pelo vice-presidente, deputado Marquinhos Trad (PMDB) e os deputados Onevan de Matos (PSDB) e Pedro Kemp (PT). Os pares aprovaram a prorrogação da CPI por mais 60 dias. A próxima reunião está prevista para terça-feira (15/12) e os trabalhos continuam até o dia 30 de dezembro com a compilação de todos dados e a preparação para a próxima fase. A Comissão retoma as oitivas no dia 2 de fevereiro 2016.