01 de maio de 2024
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CAMPO GRANDE (MS)

Prefeita negocia 'Parque Tecnológico' com embaixador da Irlanda

Projeto visa ocupar a Esplanada Ferroviária

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A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, esteve em Brasília na quinta-feira (28.jul.22), junto ao embaixador da Irlanda no Brasil, Seán Hoy.

Segundo a administração municipal, o encontro ocorreu no Palácio do Itamaraty – sede do Ministério das Relações Exteriores e marca o início das conversações sobre futuras parcerias comerciais e tecnológicas destinadas à formatação do projeto do Parque Tecnológico e de Inovação planejado para ser implantado na Esplanada Ferroviária.

De acordo com a prefeitura, o embaixador mostrou-se receptivo à proposta de intercâmbio e à ideia de ser firmado um acordo para tornar a capital sul-mato-grossense cidade-irmã de Dublin, capital irlandesa.

Adriane Lopes, esteve acompanhada da subsecretária de Gestão e Projetos Estratégicos, Catiana Sabadin. A gestora diz que “vê na possível parceria com a Irlanda, uma oportunidade para conhecer mais de perto a experiência irlandesa em inovação tecnológica”

Dublin, na Irlanda, é considerada “o vale do silício da Europa” – lá fica as sedes do Google, Facebook, LinkedIn, Tinder e Airbnb, consideradas “gigantes” da tecnologia.

Antes de buscar este intercâmbio com a Irlanda, a chefe do Executivo Municipal esteve em São José dos Campos (em 9 de julho), para conhecer o Parque Tecnológico da cidade do interior paulista. “Vamos buscar experiências bem-sucedidas e adaptá-las à realidade local. É uma fase de aprendizado fundamental para a construção de um modelo de parque tecnológico que seja uma ferramenta de desenvolvimento para nossa cidade”, disse Adriane Lopes.

A Prefeitura afirma que assegurou junto à Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) R$ 7 milhões para custear a fase inicial de implantação do Parque Tecnológico e de Inovação.

Também está em andamento o processo de licitação para reforma de duas incubadoras (Mário Covas e Santa Emília), um investimento de R$ 1,6 milhão. As incubadoras serão adaptadas também para funcionar como Hubs de Inovação, que serão integrados ao Parque Tecnológico.

PARQUE X CULTURA

O projeto integral do "Parque Tecnológico" tem, agora, R$ 91.492.702,89 captados no Ministério do Desenvolvimento Regional. O principal problema, é que o Parque quer usar o "Armazém Cultural", um prédio gerido pela Secretaria de Cultura e Turismo (Sectur), que pertence a classe artística. E o prédio é o único espaço público para Cultura ainda disponível em Campo Grande. A Capital de Mato Grosso do Sul não tem sequer "um" espaço cultural público.  

De acordo com a "ideia", a prefeitura abarcou no projeto, a restauração do Complexo de Rotunda da Ferrovia, um Museu Interativo sobre a Ferrovia Noroeste do Brasil com imagens, textos e instalações multimídias. "No local, o visitante vai viajar de forma virtual na história do modal ferroviário que teve um papel crucial no desenvolvimento e ocupação populacional de Campo Grande", promete.  

Atualmente, o Armazém Cultural é amplamente utilizado por artistas, pela população e também é um ponto turístico, no qual alunos de escolas públicas são levados para conhecer presencialmente a história de Campo Grande. Como os adolescentes vivem em um cotidiano profundamente tecnológico, a experiência de ir ao Armazém e ao complexo ferroviário é única, pois se torna um registro empírico. Com a transformação do espaço em um "hub digital", essa experiência será reduzida à virtualidade.  

Mostramos aqui no MS Notícias que o projeto em questão foi feito sem a participação da classe artística, considerando como "uso primeiro", o prédio utilizado justamente pelos artistas. 

"A Estação Digital, de acordo com a subsecretária Catiana Sabadin, vai criar um ambiente propício à integração das instituições de pesquisa, universidades e empresas, públicas e privadas, abrigando startups voltadas à inovação e tecnologia", anota.