08 de maio de 2024
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Promotor afirma que não existe lei que obrigue policiamento em escolas da capital

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Clayton Neves Dois dias depois de uma adolescente de 15 anos ter sido esfaqueada em frente à escola onde estudava na capital, o promotor da 27ª Vara da Infância e da Adolescência Sergio Harfouche disse na manhã de hoje que não existe uma lei que obrigue a polícia a fazer a segurança de alunos e funcionários nas escolas em Campo Grande. Mesmo com a determinação do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) que diz que as políticas devem priorizar a criança e o adolescente, o que existe de acordo com o promotor é a recomendação que a polícia priorize as escolas com maior número de incidentes de violência. “Não existe uma lei específica dizendo que um policial deve ficar em torno de cada escola da cidade, é recomendado que a polícia atenda os lugares de maior necessidade”, explica. Sergio Harfouche diz ainda que compete à polícia decidir os locais onde a equipe deve ficar. “Quem decide onde os policiais vão ficar é o próprio comando da polícia, eles têm autonomia para decidir os lugares mais críticos e que precisam de segurança reforçada, é claro que os diretores das escolas também podem solicitar uma equipe caso achem necessário.”, conclui. De acordo com o comandante da Polícia Militar, Coronel David, o número de homens disponíveis para a polícia militar é insuficiente para fazer a segurança de todas as escolas da Capital. “O número de escolas em Campo Grande é muito grande, precisaríamos de um batalhão para atender todas as escolas”, afirma. Ainda segundo o comandante, devido à escala de trabalho seria necessário cerca de três homens para trabalhar em apenas uma escola. “Não temos homens suficientes para isso, por isso damos prioridade as escolas com maior histórico de violência, ou quando é solicitado que nossa equipe vá até o local”, explica. O comandante Davi ainda retira da PM uma parcela da responsabilidade pela violência nas escolas e ainda alega que crimes ocorrem não pela falta da polícia e sim pela má estrutura das famílias. “Grande parte dos conflitos são gerados no seio familiar, não adianta culpar ora a polícia, ora o Estado. Quem tem que educar é a família”,disse. Caso Luana: Na manhã desta quarta-feira Luana Vieira Gregório de 15 anos foi morta com uma facada no abdômen por uma colega de turma. O crime aconteceu em frente à escola onde as menores estudavam e no momento não havia nenhum PM ou guarda municipal nas proximidades.