05 de dezembro de 2025
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FIM DA ALIANÇA

PT faz reunião de urgência sobre saída do Governo Riedel

Tucanos fazem guinada para a extrema direita

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O Partido dos Trabalhadores (PT) decidiu, em reunião a portas fechadas na tarde desta 6ª.feira (8.ago.2025), romper com a base de apoio do governo de Eduardo Riedel (PSDB) em Mato Grosso do Sul. A decisão foi motivada pelas recentes declarações do governador, que foram interpretadas pelo PT como um alinhamento com a extrema direita e uma defesa de pautas antidemocráticas.

A reunião, realizada na sede do partido em Campo Grande, contou com a presença das principais lideranças petistas do estado, incluindo o deputado federal e o recém-eleito presidente estadual da sigla, Vander Loubet, a deputada federal Camila Jara, e os deputados estaduais Zeca do PT, Gleice Jane e Pedro Kemp, este último também presidente municipal do partido. Ex-dirigentes, o  e secretários filiados ao PT também participaram do encontro.

Foto: Renan NucciFoto: Renan Nucci

O estopim para a crise foi a manifestação de Eduardo Riedel em que criticou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), classificando-a como "excesso judicial", e seu posicionamento favorável à revisão das penas dos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Para as lideranças do PT, essas declarações representam um apoio inaceitável a "extremistas de direita" e uma afronta à democracia.

Em declarações à imprensa, o deputado Vander Loubet afirmou que a saída do governo é um passo natural diante da "incompatibilidade" de visões. "Entramos no governo pela porta da frente, que é também a porta de saída quando as diferenças entre quem está dentro da mesma casa se tornam inconciliáveis", disse Loubet.

A deputada federal Camila Jara também expressou seu descontentamento, afirmando sentir-se "traída como eleitora" pelas posições de Riedel, que, segundo ela, estaria "flertando com o extremismo".

Foto: Renan NucciFoto: Renan Nucci

Com a decisão, a expectativa é que cerca de 25 filiados ao PT que ocupam cargos na administração estadual entreguem suas posições. O partido, que até então mantinha uma postura de colaboração com o governo, agora se posicionará como oposição na Assembleia Legislativa.

O cenário político em Mato Grosso do Sul tem se redesenhado, especialmente com a ascensão do ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB) como uma figura de liderança no PL no estado, aproximando os tucanos de pautas defendidas por bolsonaristas, como a anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro.

O Partido dos Trabalhadores deve formalizar a decisão em uma coletiva de imprensa ainda nesta sexta-feira. O governo de Eduardo Riedel, por sua vez, ainda não se manifestou oficialmente sobre a saída do PT de sua base aliada.