26 de julho de 2024
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INTERNACIONAL

Trump se torna o 1º ex-presidente dos EUA réu por 34 crimes

Magnata e seus familiares tiveram ativos inflados em bilhões de dólares de maneira ilegal

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O ex-presidente americano de extrema direita, Donald Trump (Republicanos), foi oficialmente indiciado nesta 3ª.feira (4.abr.23), por 34 acusações de falsificação de registros comerciais e conspiração. Assim, ele se tornou o 1º ex-presidente a ser réu em um processo criminal, nos quase 250 anos de história do país.

A “falsificação de registros comerciais” nos EUA, é um crime que acarreta uma sentença de até quatro anos de prisão.

Perante ao juiz da Suprema Corte de Nova York, Juan Merchan — o mesmo juiz que presidiu no ano passado o julgamento criminal por fraude fiscal de duas das empresas do ex-presidente — Trump se declarou inocente das acusações. 

Entre os crimes, Trump é acusado de fraude financeira generalizada, que inflou seus ativos, de seus filhos e sua empresa. O autor da acusação é o procurador-geral estadual Tish James.

Segundo Tish, o magnata e seus familiares tiveram ativos inflados em bilhões de dólares com ascensão de Trump ao cargo de presidente em 2016.  

Além disso, Trump é acusado de ocultar bens. Ele afirmou à justiça do país, durante campanha, que o apartamento triplex onde mora na Trump Tower (um arranha-céu localizado no centro de Chicago, Illinois), tinha 30.000 pés quadrados. Na verdade, eram 11.000 pés quadrados. Ele alegou que valia $ 327 milhões, três vezes o que realmente valia. “Até hoje, nenhum apartamento na cidade de Nova York foi vendido por esse valor”, explicou Tish.  

No quesito falsificação, Trump parece ter se tornado especialista, pois o Tribunal de Justiça de Nova York apontou cerca de 200 declarações financeiras falsas fornecidas pelo ex-chefe da Casa Branca ao longo de 10 anos. Eis a íntegra da acusação em inglês.

Tish afirmou que com as sonegações de impostos, Trump e seu império cresceram exponencialmente, fora de qualquer margem contabilista. O objetivo das  falsificações, diz Tish, não era apenas polir a imagem pública de Trump, fazendo-o parecer bilhões de dólares mais rico do que realmente é - embora isso certamente fizesse parte. De acordo com o processo, Trump lucrou com fraude no valor de US$ 250 milhões, a mesma quantia que James está pedindo a um tribunal para forçá-lo a pagar. Ela também está tentando impedir que ele e seus familiares voltem a administrar um negócio em Nova York e os impeça de fazer transações imobiliárias ou obter empréstimos por cinco anos - efetivamente significando o fim de seu império comercial.

O magnata falsificou até registros para ocultar pagamentos a duas prostitutas com quem teve casos, a fim de silenciá-las e impedir que os relatos de suas relações prejudicassem suas chances de vencer a eleição presidencial de 2016.

As mulheres que Trump supostamente pagou são Stormy Daniels, uma atriz de filmes adultos cujo nome verdadeiro é Stephanie Clifford, e a ex- modelo da Playboy Karen McDougal. A Sra. McDougal recebeu US$ 150.000 do National Inquirer por seu silêncio, enquanto a Sra. Daniels foi paga pelo então advogado de Trump, Michael Cohen, em um esquema que levou Cohen a passar um ano na prisão federal e mais dois em prisão domiciliar.

“Durante e em prol de sua candidatura a presidente, o réu e outros concordaram em identificar e suprimir histórias negativas sobre ele”, narram documentos de acusação divulgados na terça-feira pelo promotor distrital de Manhattan, Alvin Bragg. Eis a íntegra em inglês