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ELEIÇÕES 2022

Veja o que é verdade e o que é mentira ditas por Lula no 1º debate

Os presidenciáveis, todos, citaram informações falsas

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No domingo (28.ago.22), a Band, junto com UOL, Folha de S.Paulo e Cultura, promoveu o primeiro debate entre presidenciáveis da campanha eleitoral de 2022. Durante o debate, os candidatos citaram informações falsas sobre questões fundamentais, como a inflação, por exemplo. Jair Bolsonaro (PSL) disse 30 mentiras, entre elas, que a inflação brasileira atualmente está entre as menores do mundo — em maio era uma das 5 maiores do G20 — e é menor do que a inflação dos Estados Unidos — em julho a inflação acumulada era de 10,07% no Brasil e 8,5% nos EUA.

Os presidenciáveis também citaram informações falsas sobre seu passado. Lula (PT) disse que criou uma lei sancionada por Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Lula disse que demitiu um ministro por causa da compra de uma tapioca no cartão corporativo e que indicou o primeiro ministro negro do Supremo Tribunal Federal (STF) e a primeira candidata à presidência da República. Nada disso está correto (veja abaixo). 

Vamos nos atentar, nesta reportagem, as mentiras e verdades ditas apenas pelo lider nas pesquisas, Lula, durante o 1º debate eleitoral de 2022. Confira: 

Lula disse: 'O menor desmatamento da Amazônia foi feito no meu governo, dos acordos que nós fizemos'. FALSO!

Na verdade, a menor taxa de desmatamento da Amazônia foi registrada em 2012, durante o governo de Dilma Rousseff (PT), quando foram degradados 4,6 mil km quadrados, de acordo com os dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). A íntegra. 

Lula disse: 'E foi exatamente no meu governo que nós fizemos com que o país, que não tinha o fluxo comercial se quer de US$ 100 bilhões ultrapassasse US$ 500 bilhões de comércio no exterior'. NÃO É BEM ASSIM!

O fluxo comercial (total de exportações e importações) do Brasil de fato chegou a US$ 492 bilhões em 2011, primeiro ano do governo Dilma Rousseff (PT), próximo aos US$ 500 bilhões citados por Lula. Porém, esse montante começou a cair ainda durante os governos petistas. Segundo os dados do ITC (Centro de Comércio Internacional), em 2015, último ano completo do governo Dilma Rousseff — afastada da Presidência pelo processo de impeachment em maio de 2016 —, o fluxo comercial havia caído para cerca de US$ 363 bilhões. Em 2010, último ano do governo Lula, a soma das importações e exportações era de US$ 394 bilhões. No início de 2003, primeiro ano do mandato de Lula, o fluxo comercial era de US$ 125 bilhões.

Lula disse: “(...) quintupliquei o orçamento da educação”. EXAGERADO!

De acordo com o Ministério da Educação, o gasto total em educação triplicou, e não quintuplicou, entre 2003 e 2010. No ano de 2003, foi de R$ 17,4 bilhões e de R$ 51 bilhões em 2010. Se incluídos nesta conta os recursos da transferência do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies), do salário educação e da quarta parte do repasse estadual, o valor passa de R$ 19,1 bilhões em 2003 para R$ 59,1 bilhões em 2010.

Lula disse: “Quando cheguei na presidência, tinham 3,5 milhões de estudantes nas universidades”. VERDADEIRO!

Em 2002, um ano antes de Lula assumir a presidência pela primeira vez, 3,4 milhões de pessoas estavam matriculadas em universidades no Brasil (aba 1). Os dados são do Censo da Educação Superior, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Lula disse: “Quando eu saí da presidência, tinham 8,5 milhões de pessoas na universidade”. EXAGERADO!

Entre 2003 e 2010, período em que Lula foi presidente, o número de estudantes universitários quase dobrou, mas não chegou a 8,5 milhões. Em 2010, último ano da gestão do petista, havia 6,3 milhões de estudantes matriculados (página 41). O número de universitários chegou a 8 milhões em 2015, último ano completo de Dilma Rousseff (PT) na presidência, e chegou próximo dos 8,5 milhões em 2018, já no último ano do mandato de Michel Temer (MDB). Naquele ano foram 8,45 milhões de matrículas.

Lula disse: “É importante lembrar que os R$ 600 [do Auxílio Brasil] não está na LDO mandada para o Congresso [para 2023]”. VERDADEIRO!

A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2023 foi sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e publicada no Diário Oficial da União (DOU) no dia 9 de agosto deste ano. O texto, que descreve gastos obrigatórios do governo para o ano seguinte, não prevê o pagamento dos benefícios do Programa Auxílio Brasil, que hoje é de R$ 600.  

Lula disse: “É importante deixar claro que nós fizemos o Portal da Transparência (...)”. VERDADEIRO!

O Portal da Transparência foi criado pela Controladoria-Geral da União (CGU) em 2004, no primeiro mandato de Lula. O portal permite que qualquer cidadão consulte informações sobre gastos públicos do governo federal.

Lula disse: “[Nós fizemos] A lei contra a lavagem de dinheiro”. FALSO!

A Lei nº 9.613, que criou a figura jurídica da lavagem de dinheiro, foi sancionada em março de 1998, durante o governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Ou seja, quatro anos antes de Lula assumir a presidência em 2002. Em 2012, depois de Lula deixar o Planalto, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) sancionou uma revisão dessa legislação com a Lei nº 12.683 de 2012.

Lula disse: “Esse que vos fala gerou 22 milhões de empregos no país”. EXAGERADO!

Entre 2003 e 2010, período em que Lula governou o Brasil, foram criados 15,3 milhões de empregos formais no país, de acordo com dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério da Economia.

Lula disse: “Tenho orgulho de ter indicado o primeiro negro para a Suprema Corte”. FALSO!

Antes de Joaquim Barbosa, ministro indicado pelo presidente Lula em 2003 e que ficou no cargo até 2014, outros dois ministros negros fizeram parte do Supremo Tribunal Federal. Pedro Lessa foi o primeiro, com permanência no cargo entre 1907 e 1921. O segundo foi Hermenegildo Rodrigues de Barros em 1919, ficando no cargo até 1937. 

Lula disse: “Eu tirei ministro porque (...) comeu uma tapioca e não conseguiu provar”. FALSO!

 

Em 2008, o então ministro do Esporte do governo Lula, Orlando Silva (PCdoB), envolveu-se em um escândalo durante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigou o uso de cartões corporativos nos ministérios. Entre as irregularidades encontradas, cuja soma ultrapassava R$ 30 mil, estava a compra de uma tapioca por R$ 8,30. O caso ganhou amplo destaque na mídia. Em sessão da CPMI, o então ministro afirmou que a despesa foi ressarcida antes mesmo da denúncia e ocorreu por engano. 

Na época, ele não foi demitido, como afirmou Lula. Silva continuou no comando do Ministério do Esporte até o governo Dilma. Ele deixou o cargo como ministro do Esporte em outubro de 2011, após denúncias de desvio de verba na pasta. O ex-ministro foi acusado de receber dinheiro vivo na garagem do ministério que seria destinado a ONGs de incentivo à prática de esporte por jovens. Ele nega as acusações. Desde 2015, Silva é deputado federal. 

A CPMI dos Cartões Corporativos foi motivo do pedido de demissão da ministra Matilde Ribeiro (PT), que estava à frente do Ministério da Igualdade Racial. Ela gastou R$ 171,5 mil em viagens enquanto era ministra, incluindo R$ 110 mil em aluguéis de carros e R$ 461,16 em um free shop.

FONTE: AGÊNCIA LUPA.