26 de julho de 2024
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ELEIÇÕES 2022

Vídeo: Simone Tebet declara apoio a Lula no 2º turno

Ex-senadora de MS teve mais de 4,5 milhões de votos no 1º turno

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A ex-senadora de Mato Grosso do Sul, Simone Tebet, disse em pronunciamento ao Brasil nesta 4ª feira (5.out.2022) que vota e apoia o candidato Lula (PT) no 2º turno contra o presidente Jair Bolsonaro (PL).

Ela convocou a imprensa e justificou seu silêncio de 3 dias. “Antes de mais nada, eu gostaria de pedir desculpas para a  imprensa, mas havia feito um compromisso com meu partido, de dar 48 horas para que a decisão fosse tomada. E nesse tempo fiz o compromisso de que ficaria em silêncio e não faria nenhum contato com a imprensa. Assim foi, então, se alguém me mandou uma, 10, 20 mensagens e não foi respondida, saiba que isso aconteceu com todos os quase 50 veículos de imprensa que entraram em contato conosco. Quem conhece sabe o que eu procuro responder a mídia sempre que eu recebo mensagens”, explicou.

Tebet esclareceu sua posição neste dia 5 celebrando a data como marcante. “Eu vim aqui hoje nesta tarde, que é uma tarde histórica, afinal, 5 de outubro, dia que há 34 anos atrás no Brasil viu promulgada sua Constituição cidadã, apresentar um manifesto ao povo brasileiro. Eu apresentei a minha candidatura à Presidência da República diante de um país dividido pelo discurso do ódio, da polarização ideológica e de uma disputa pelo poder, que não apresentava soluções concretas para os reais problemas do Brasil”, iniciou.  

Segundo Tebet, a situação de confronto não reflete nem a alma e nem o caráter do povo do Brasil. Ela considerou que no  1º turno venceu a democracia e cumpriu-se o rito da constituição. A ex-senadora agradeceu os milhões de votos que recebeu: “As urnas falaram, o povo brasileiro se fez ouvido, cumpriu o ritmo da Constituição, que hoje completa 34 anos, venceu a democracia. Tive 4.915.423 votos, pelo que agradeço do mais fundo do coração por cada um desses votos. Mas aprendi ao longo da minha vida pública que não se luta apenas para vencer, mas para defender projetos e iluminar caminhos, plantar sementes para uma colheita coletiva”, salientou.

A ex-senadora disse que vai estar nas ruas   até que a decisão soberana do eleitor seja tomada em 30 de outubro. “O eleitor optou por dois turnos. Em face de tudo o que testemunhamos no Brasil nos últimos tempos e do clima de polarização e de conflito que marcou o primeiro turno, não estou autorizada a abandonar as ruas e as praças enquanto a decisão soberana do eleitor não se concretizam. A verdade sempre me foi companheira. Não será agora que irei abandonar”, garantiu.

Tebet destacou que não poderia se omitir de uma posição assim como amigos e aliados políticos pediram. “Critiquei os dois candidatos que disputaram o segundo turno e continuo a reiterar as minhas críticas. Mas pelo amor que tenho ao Brasil, a Democracia e a Constituição, pela coragem que nunca me faltou, peço desculpas aos meus amigos e companheiros que imploraram pela neutralidade no segundo turno. Preocupados que estavam e estão com eventual perda de algum capital político, para dizer que o que está em jogo é muito maior do que cada um de nós.  Votarei com a minha consciência e com a minha razão. Votarei com a minha razão de democrata e minha consciência de brasileira. E a minha consciência me diz que neste momento tão grave da nossa história, omitir-me seria trair a minha trajetória de vida pública. Quando, aos 14 anos, pedir autorização para minha mãe, vai às ruas lutar por Diretas Já. Seria desonrar a história de vida pública de meu saudoso pai e de homens históricos do meu partido e de minha coligação”, pontuou.

Tebet disse que não anulará seu voto e que não lhe cabe a omissão: “Não anularei meu voto. Não votarei em branco. Não cabe a omissão da neutralidade. Há um Brasil a ser imediatamente reconstruído. Há um povo a ser novamente reunido, reunido na diversidade de antes e sempre. A nossa maior riqueza, hoje esmigalhada por todos os tipos de discriminação. Neste ponto, um desabafo: de que vale de museus nossas igrejas proclamar nossa fé, se não somos capazes de pregar o Evangelho e o respeito ao nosso próximo, nos nossos lares, no nosso ambiente de trabalho, nas ruas de nossa pátria”, disse.

A ex-senadora explicou que nos últimos quatro anos, o Brasil foi abandonado na fogueira do ódio e das desavenças. “A negação atrasou a vacina. A arma ocupou o lugar dos livros. A iniquidade fez curvar a esperança. A mentira feriu a verdade. O ouvido conciliador deu lugar a voz esbravejada. O conceito de humanidade foi substituído pelo desamor. O brasil voltou ao mapa da fome. O orçamento, antes público, necessário para servir o povo, tornou se secreto e privado”, enumerou. 

Nesse momento do discurso Tebet explica seu apoio a Lula: “Ainda que mantenha as críticas que fiz ao candidato Luiz Inácio Lula da Silva, em especial nos seus últimos dias de campanha, de chamar para si o voto útil, que é legítimo, mas sem apresentar suas propostas concretas para os reais problemas do Brasil, depositarei nele meu voto porque reconheço o seu compromisso com a democracia e a Constituição, o que desconheço no atual presidente”, sustentou. Veja o vídeo abaixo: 

 

A emedebista também sugeriu à Lula que acolhesse em seu programa de governo, caso seja eleito, 5 propostas as quais ela ofereceu em sua candidatura a presidência. 

São propostas de Tebet a Lula as seguintes ações:  

  • Educação: ajudar os municípios a zerar filas de espera para as crianças de 3 a 5 anos, além de implantar com os Estados o ensino médio técnico com período integral e premiar os jovens que concluírem a formação com uma poupança de R$ 5.000;
  • Saúde: zerar as filas de exames, consultas e cirurgias atrasadas em razão da pandemia, aumentando o repasse para o SUS (Sistema Único de Saúde);
  • Resolver o endividamento das famílias, especialmente as que ganham de 3 a 5 salários; sancionar lei que iguale salário entre homens e mulheres que desempenham as mesmas funções;
  • Ministério plural, com homens, mulheres, negros e pessoas com deficiência, tendo como requisitos: competência, ética e vontade de servir aos brasileiros.