Familiares, amigos e fãs deram hoje, o último adeus a Renato Fernandes, ícone do Blues não só regional, mas também nacional. Renato teve ontem uma série de paradas cardíacas e faleceu na tarde ontem. O músico tinha 53 anos e começou a desenhar sua trajetória pelo blues em 1990, quando ao lado do baterista Pezão e do guitarrista Fabio Brum formou a Blues Band, e depois criou a banda Bêbados Habilidosos, que teve mais de 20 anos de muito blues e sucesso.

O velório foi no cemitério Jardim das Palmeiras e reuniu também várias pessoas ligadas ao Blues em Mato Grosso do Sul. Para o jornalista Vinícius Bazenga, produtor do documentário “Ele é o Blues”, a perda de Renato é prematura, porém o músico deixa um legado muito importante para o Estado e também para o Brasil. “É uma perda irreparável. Aqui no Mato Grosso do Sul existe o Blues antes do Renato e depois do Renato. Ele é o marco do Blues, principalmente por ter se arriscado a fazer Blues em português e em nível de composição eu comparo ele ao Cazuza”, afirma.
De acordo com o músico Marcos Yallouz, ele e Renato tiveram vários momentos juntos que foram indescritíveis. “Essa perda não tem descrição, nós tivemos grandes momentos e o Renato além de grande compositor ele tinha uma voz fora do comum”, explicou.
A publicitária Mara Formighaieri, amiga e fã de Renato há mais de 20 anos, a notícia da morte do cantor a pegou de surpresa, pois ela está morando em São Paulo e veio passar o Carnaval em Campo Grande, quando ficou sabendo da fatalidade. “Mesmo morando em São Paulo sempre acompanhei a trajetória dos Bêbados Habilidosos e a notícia da morte do Renato me pegou de surpresa. Ele deixou um legado único para o Blues nacional. O diferencial dele era a forma que fazia, cantava, com uma expressão única, sem falar nas letras que são lindas e que eu sempre me identifiquei”, disse.
O jornalista e músico Clayton Sales considera a perda como uma fatalidade que levou o melhor compositor de Blues da América Latina. “A gente perde um cara único do Blues, não só do Mato grosso do Sul e nem brasileiro e sim da América do Sul. Do idioma latino de outros países e vários compositores de letras em português o Renato para mim era o melhor. Ele chegou a afirmar para mim em várias entrevistas que fiz que as se inspirava não só no universo do blues mas também em Noel Rosa , Chico Buarque, e é claro os tradicionais Cazuza e Raul Seixas. Além de tudo, o Renato é um cara do Estado, ele não abriu mão do nosso Estado e aqui ele fez a carreira dele . A gente perde um dos principais compositores da nossa música, é uma perda imensa, mas ele deixou uma obra que vai ser cantada e recantada por várias gerações”.
O músico Jerry Espíndola também compareceu ao velório de Renato e considerou difícil explicar essa perda, pois Renato representava e vivia o Blues. “É como perder um pedaço da música. Eu estou tentando explicar isso, mas ele representava a música, ele viveu o blues intensamente e é muito marcante a obras do Renato como cantor e compositor. E quando eu vim de São Paulo vi a Blues Band eu falei não tem nada melhor que isso aqui no Brasil e com o passar do tempo eu percebi que ele é o maior compositor de música disparado. Essa música fazia parte do mundo dele mesmo. Agora vai ser vista de outro jeito. Todas as músicas do Renato são muito boas e eu sempre ouvi Bêbados Habilidosos que era como um seriado na cabeça do Renato. Seria difícil eu falar uma música dele que não batesse verdadeiramente em mim. A energia de todas elas, de verdade é muito grande”.











