Na sexta-feira, 30 de agosto, o Brasil teve um desempenho notável nos Jogos Paralímpicos de Paris, conquistando quatro medalhas de ouro e cinco de bronze, elevando o total de medalhas brasileiras para 12 (cinco ouros, uma prata e seis bronzes). Com esse resultado, o país avançou no quadro geral de medalhas, ocupando a terceira posição, atrás apenas da China, que lidera com 25 medalhas, e da Grã-Bretanha, com 15.
O segundo dia de competições foi marcado pelo início das provas de atletismo, onde os atletas brasileiros brilharam com três ouros e uma medalha de bronze, incluindo um recorde mundial. O paulista Júlio Agripino estabeleceu um novo recorde mundial na prova dos 5.000m da classe T11 (deficiência visual) com um tempo de 14min48s85.
No mesmo evento, o sul-matogrossense Yeltsin Jacques conquistou a medalha de bronze. Yeltsin soma dois ouros em Tóquio 2020, um nos 5.000m e outro nos 1.500m, ambos na classe T11. O brasileiro é o recordista mundial nos 1500m com o tempo de 3min57s60, obtido nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020. “Muito feliz pelo Júlio. Eu tive uma lesão, peguei uma virose, o que acabou atrapalhando um pouco a preparação. Mas como minha esposa disse, você ou chupa o limão azedo ou faz a limonada. Estou com sentimento de missão cumprida”, disse Yeltsin.
Yeltsin nasceu com baixa visão. Ele conheceu o atletismo ajudando um amigo, totalmente cego, a correr. Então, começou a treinar junto com ele para competir e iniciou sua carreira nos Jogos Paralímpicos Escolares em 2007.
O paraibano Petrúcio Ferreira garantiu o tricampeonato paralímpico nos 100m da classe T47 (deficiência nos membros superiores). "Já sou um iluminado, por tudo que passei. Estou aqui (nos Jogos Paralímpicos) pela terceira vez, é muito gratificante. Foi só a classificatória, importante é a final, ali que não posso dormir. Teve duas queimas na minha bateria, o que também esfria um pouco", disse Petrúcio, que acumula dois ouros paralímpicos nos 100m nos Jogos de Tóquio 2020 e Rio 2016.
Ainda na 6ª.feira, 30, o fluminense Ricardo Mendonça também levou o ouro nos 100m da classe T37 (paralisia cerebral). “Eu fiz o que tinha que fazer. Saí tendo que correr o mais rápido possível, como meu treinador pede. Na final, não tem corrida bonita, tem corrida rápida. E essa foi rápida o suficiente para trazer o ouro. Melhorei meu tempo, eu queria isso. Não foi tão mais rápido que na semi, mas consegui abaixar e estou muito satisfeito. Ainda não é o fim. Ainda tem os 200m, minha prova favorita. Dos 100m, foi sensacional, não poderia esperar mais”, celebrou Ricardo Mendonça, que conquistou sua segunda medalha paralímpica. Em Tóquio, ele foi bronze nos 200m.
No taekwondo, o Brasil teve duas atletas no pódio. A mineira Ana Carolina Moura, estreante nos Jogos Paralímpicos, conquistou a medalha de ouro na categoria até 65kg ao vencer a francesa Djelika Diallo.“A minha medalha de ouro valeu a pena demais. Estou muito satisfeita porque é um trabalho em equipe. Todo mundo junto e um resultado de todos”, disse a atleta, que destacou os bons resultados do taekwondo no dia. A paraibana Silvana Fernandes garantiu o bronze na categoria até 57kg após vencer a cazaque Kamiyla Dosmalova.
Na natação, os brasileiros asseguraram duas medalhas de bronze. Talisson Glock, de Santa Catarina, brilhou nos 200m medley da classe S6 (limitações físico-motoras), e a equipe de revezamento 4x50m livre misto também subiu ao pódio.
O tênis de mesa trouxe mais boas notícias para o Brasil, com uma medalha de bronze conquistada pela dupla paulista Cátia e Joyce Oliveira nas semifinais das duplas femininas. Além disso, Claudio Massad e Luiz Manara avançaram para as semifinais das duplas masculinas.
No tiro com arco, o gaúcho Reinaldo Charão não avançou às quartas de final após ser derrotado por Michael Meier, da Áustria. Já a goiana Jane Karla garantiu um lugar entre os oito melhores na classe open ao vencer a filipina Agustina Bantiloc.
A bocha também trouxe resultados mistos, com vitórias de Maciel Santos e Laissa Guerreira em suas respectivas categorias, mas derrotas de outros competidores brasileiros na fase de grupos.
Nos esportes coletivos, o Brasil enfrentou a Alemanha em vôlei sentado, perdendo por 3 a 0, e superou os Estados Unidos por 13 a 8 no goalball masculino. No goalball feminino, o Brasil foi derrotado por Israel por 8 a 4.
A delegação brasileira é a maior já enviada para uma edição dos Jogos Paralímpicos fora do Brasil, com 259 atletas, superando a missão de Tóquio 2020. No entanto, o número ainda não alcança os 278 atletas presentes nos Jogos do Rio 2016.
As Loterias Caixa e a Braskem são os principais patrocinadores da equipe brasileira, apoiando esportes como goalball, tênis de mesa, bocha, natação, vôlei sentado e atletismo. Além disso, o Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível e o Time São Paulo continuam a apoiar e valorizar os atletas brasileiros com patrocínios essenciais para suas conquistas.
Confira os resultados dos atletas brasileiros nesta sexta-feira, 30 de agosto (horário de Brasília):
Atletismo – Local: Stade de France
Júlio Agripino (ouro) e Yeltsin Jacques (bronze) – 5000m (T11) – final direta
Badminton (fase de grupos) – Local: La Chapelle
Rogério Oliveira 0 x 2 Lucas Mazur (França) – Simples SL4
Bocha (fase de grupos) – Local: Arena Paris Sud
André Costa 2 x 8 Uchida Shunsuke (Japão) – BC4
Maciel Santos 7 x 2 Marko Dekker (Holanda) – BC2
Ciclismo (eliminatórias) – Local: Velódromo Nacional
Lauro Chaman – Contra relógio 1000m (pista) C5 – fora da final
Goalball (fase de grupos) – Local: Arena Paris Sul
Brasil 13 x 8 Estados Unidos – masculino
Brasil 4 x 8 Israel – feminino
Tiro com arco (oitavas de final) – Local: Invalides
Jane Karla 143 x 127 Agustina Bantiloc (Filipinas) – Individual W2
Remo (classificatória) – Local: Vaires-sur-Marne
Cláudia Santos – skiff simples PR1 – classificada para a repescagem
Tênis de mesa (eliminatórias) – Local: Arena Paris Sul
Danielle Rauen e Luiz Manara 2 x 3 Piotr Grudzien e Karolina Pek (Polônia) – Duplas XD17
Bruna Alexandre e Paulo Salmin 0 x 3 Iryna Shynkarova e Viktor Didukh (Ucrânia) – Duplas mistas XD17
Cátia Oliveira e Joyce Oliveira 0 x 3 Su Yeon Seo e Jiyu Yoon (Coreia do Sul) – Duplas WD5 – medalha de bronze