Os tucanos estão se sentindo com a alma lavada no Dia D da Operação Lava Jato. Em São Paulo, os senadores Aécio Neves (PSDB) e Aloysio Nunes (PSDB), que foram companheiros de chapa na eleição presidencial, usaram de ironias em seus primeiros comentários sobre as prisões e ocupações de sedes de empreiteiras realizadas na manhã de hoje, pela Polícia Federal.
“Tem muita gente sem dormir em Brasília”, divertiu-se Aécio, que estava ao lado do governador Geraldo Alckmin e do ex-presidente Fernando Henrique. Estes preferiram não fazem comentários, mas o senador Aloysio não perdeu a chance de completar a frase do colega mineiro “a casa caiu”.
Para Aécio, a prisão do ex-diretor da Petrobras Renato Duque e de executivos de empreiteiras revelam que o esquema de corrupção dentro da companhia era maior do que se imaginava inicialmente.
“Cada vez é mais clara a percepção de que não havia um ato isolado de um ou dois dirigentes, mas uma estrutura criminosa dentro da estatal”.
Adotando um tom mais sério, Aécio completou:
“A Petrobras incorpora à sua belíssima história a marca perversa da corrupção em razão das ações desse governo”.
O PSDB se vê como imune a esse escândalo e acredita só ter a ganhar com os desgastes políticos que toda a movimentação da PF pode acarretar. Entre as prisões do dia está a da irmã do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, Marice Corrêa Lima. A condução coercitiva dela já é vista como uma forma de pressão sobre Vaccari, a exemplo do que ocorreu com o ex-diretor Paulo Roberto Roberto Costa, que teve o escritório de sua filha e seu cunhado ocupado pela PF logo depois de sua prisão.
Karla Machado com Brasil 247