19 de abril de 2024
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Donos de gráfica acusados de fraude podem ter sido informados sobre início da operação "Edição Extra

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O caso de donos de gráficas em Mato Grosso suspeitos de praticar irregularidades financeiras em parceira com governo do Estado de Mato Groso ganha novo capítulo. No último sábado, a delegada responsável pela operação "Edição Extra", Liliane de Souza Santos Murata Costa, da Polícia Civil, relatou, via ofício, ao MPE (Ministério Público Estadual), a suspeita de que os empresários Dalme, Fábio e Jorge Defanti receberam informações, com antecedência, sobre a deflagração da Operação Edição Extra. Os dois primeiros são donos da Gráfica Print; o terceiro, da Gráfica Defanti.

A operação, que teve início na última quinta-feira (18), investiga suspeita de esquema de desvio de dinheiro público por meio de licitações de gráficas com a gestão Silval Barbosa (PMDB), governador de Mato Grosso.

No ofício, a delegada relatou: “Houve informes recebidos pela Polícia Judiciária Civil no sentido de que os empresários acima identificados se valeram de informações privilegiadas para se furtarem de serem localizados em suas residências e posteriormente em suas empresas consoante constatados pelos investigadores de polícia durante o cumprimento inicial dos trabalhos.

Segundo Murata, "o fato de esposas que receberam a polícia durante a execução dos mandados se portarem totalmente tranquilas, como se já esperassem a presença da polícia”, também levantou suspeitas de que os empresários possam ter sido beneficiados com informações antecipadas.

"Fique à vontade"

Ela citou que uma das esposas, “ao receber uma equipe de policiais em sua residência durante as buscas informou apenas que seu marido estava trabalhando em Chapada dos Guimarães, "mas a polícia podia ficar à vontade’".

Ela relatou que, curiosamente, o celular do marido investigado estava na residência. “O que leva a crer que houve uma tentativa de ‘despistar’ a polícia que, sabidamente atua com serviços de inteligência”. “Referidos fatos similares também ocorreram com os outros investigados Dalmi Fernandes Defanti Júnior, Fábio Martins Defanti e Alessandro Francisco Teixeira Nogueira, inclusive conforme detalhadamente consta do laudo pericial e do relatório acima mencionado, restou estampada a vontade dos investigados em apagar as provas possivelmente existentes contra eles”, disse.

Hoje, pela manhã, o empresário Fábio Defanti, proprietário da Gráfica Print, se apresentou na Delegacia Fazendária de Cuiabá, onde prestará depoimentos e seguirá para o Centro de Custódia Cuiabá (CCC), onde ficará preso preventivamente. Fábio teve a prisão decretada junto com os irmãos Dalmi Fernandes e Jorge Defanti, além do funcionário da Gráfica Print, Alessandro Francisco Teixeira Nogueira.  Os mandados foram expedidos na tarde de domingo (21), pelo juiz plantonista Jamilson Haddad Campos, a pedido do promotor Marcos Regenold.

Heloísa Lazarini com Midia News