19 de março de 2024
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CIVILIZAÇÃO SECRETA

Empresa do 'pai do ET Bilu' usa laser e prova existência de "Ratanabá"

"Brasileiros: somos herdeiros de Ratanabá", avisou Urandir; local teria riquezas e seria habitado por seres gigantes, de até 4 metros de altura

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A empresa de Urandir de Oliveira Fernandes de Oliveira, ufólogo de Mato Grosso do Sul, e pai do ‘ET Bilu’, disse que a tecnologia Light Detection And Ranging (LiDAR), confirmou a existência de "Ratanabá" – uma civilização secreta no coração da Amazônia

De acordo com o comunicado, um avião usando a tecnologia LiDAR, sobrevoou uma floresta em Apiacás, no Mato Grosso (MT) e por meio do uso de laser, capazes de penetrar na vegetação, descobriu, por fim, em 21 de julho a existência de sinais onde estaria localizado "Ratanabá". 

Essa é evidência apresentada pela empresa de Urandir. Foto: Dakila PesquisasEssa é evidência apresentada pela empresa de Urandir. Foto: Dakila Pesquisas

"Tem interferência humana, Ratanabá é real. Essa revelação que estamos fazendo hoje, pessoas lutaram para que não falássemos da verdade. Principalmente alguns profissionais da área, dizendo: poxa, se for verdade isso aí eu vou ter que rasgar o meu currículo... mas não tem que se preocupar com a imagem arranhada, porque é real, existe Ratanabá", sustentou Urandir, apresentando imagens, no domingo (7.ago.22), em live no canal do YouTube Dákila Pesquisas, empresa de sua propriedade.  

"Gente, Ratanabá, nós consideramos, nós percebemos através dos estudos que cada brasileiro é um herdeiro de Ratanabá. Pertence à nação brasileira, pertence ao povo brasileiro. Mas aí, não diz que 'Ratanabá' tem pistas em todos os outros países? Tem, existe! Então, os países com a sua população serão herdeiros na parte de lá, também. Cada país tem o seu. Todos os países do mundo têm evidências físicas, concretas, de Ratanabá. Aqui no Brasil nós temos a maior evidência, a mais bem preservada", completou ele, explicando que a sua descoberta mudará os rumos da política científica, do turismo, da antropologia e colocará o Brasil no topo do mundo. "Arqueologia proibida é isso. Muitas pessoas ficaram zangadas, ou magoadas, porque nós estamos revelando algo que teoricamente, ou cientificamente, na visão acadêmica não poderia revelar. Mas porque não revelar? Vai guardar isso até quando? Vamos revelar sim... tudo que for encontrado nós vamos mostrar. Somos uma associação independente justamente por isso. Para não ficarmos com a cauda presa com ninguém. Não temos acordo com ninguém", disse ele, que recentemente chegou a procurar o ministro da secretaria Especial da Cultura, Mário Frias, em busca de apresentar o projeto.  

mostramos aqui no MS Notícias, que Urandir vem sustentando que a cidade descoberta é “maior que a Grande São Paulo” e tal lugar, seria “a capital do mundo” e “esconde muita riqueza, como esculturas de ouro e tecnologias avançadas de nossos ancestrais”. Pesquisadores respeitados no Brasil chamam a iniciativa de um "fake que começou a circular em meio às citações da Amazônia na internet em razão das buscas do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista brasileiro Bruno Pereira". 

Conhecido como Linhas de Apiacás (da foto), a área apresenta, segundo a Dákila, vários padrões retilíneos e perpendiculares que podem ser vistos a olho nú. "Aparentemente, as linhas tratam-se de quadras e ruas", defendem eles.  

Dakila Pesquisas, apresenta as imagens oficiais da varredura do LiDAR. Foto: Dákila Dakila Pesquisas, apresenta as imagens oficiais da varredura do LiDAR. Foto: Dákila 

Segundo a datação realizada com chumbo por pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (UNESP), em Rio Claro (SP), o grupo de rochas que o local está assentado tem cerca de 1,5 bilhão de anos.

Os pesquisadores da Dakila em junho começaram a divulgar o anúncio da chamada “cidade perdida”, que segundo eles, teria 450 milhões de anos. Nenhum deles, entretanto, têm currículo Lattes ou dizem quais são suas formações que levariam à tamanha descoberta. Fazendo uma pesquisa na internet logo se descobre os ideais da Dalika: defender a terra plana, que a Amazônia não queima, e atuar contra a vacina. Eles se dizem cientistas, mas são contra a ciência. Esse é fato. 

“Foram mais de 30 anos de pesquisas para chegarmos a este local, que pode ser uma das maiores descobertas dos últimos tempos: Ratanabá, a “Cidade Perdida” na Amazônia Brasileira", explica a empresa.  

"Segundo nossos estudos, Ratanabá foi a capital do mundo, construída pela civilização pré-diluviana Muril, e sua extensão vai além da Amazônia Brasileira, com ramificações por todos os continentes do planeta", defendeu Urandir que é presidente da Associação Dakila Pesquisas. A empresa é um ecossistema de empresas que tem 16 bases também em Rondônia, Amazonas, Amapá, Roraima e Acre. 

Apesar de dizer que são a favor da liberdade para suas pesquisas, durante a live de anúncio da suposta confirmação da descoberta, o moderador da live disse: "Ofensas pessoais ou a forma com que a live será conduzida não serão toleradas! Frases como: "só enrolação", "que demora", "é uma enganação"... Quem insistir, será ocultado!", avisou, em razão de menifestações contrárias ao comunicado.  

A Dákila diz que os aviões sobrevoaram a área em junho, com autorização do Ministério da Defesa do Brasil. "Na época, foram divulgadas surpreendentes imagens aéreas da região, que viralizaram nas redes sociais e chamaram a atenção de vários veículos de comunicação. Ratanabá ganhou destaque no Google Trends, demonstrando a curiosidade de pessoas pelo assunto no mundo todo", comentou um deles.  

Durante a transmissão da live, ele chamaram o geoarqueólogo, Saulo Ivan Nery, (esse tem Latters), para apresentar uma análise preliminar da paisagem. Segundo ele, a presença dos traços retilíneos se diferencia dos padrões erosivos naturais da região, apontando origem antrópica (ação do homem) nas estruturas. Apesar da sustentação, Saulo deixou claro que não se pode afirmar que os 'valas' eram ruas em meio a uma cidade. "Então, importante se falar: a gente fez essas coletas de dados, porque é muito interessante a forma retilínea, mas se a gente observar na base. Isso aí é um perfil no corte do terreno. A vantagem do LiDER é esse, não precisa ir para campo para fazer esse trabalho. E desse perfil a gente tirou algumas medidas. Então, é um canal aberto, é linha aberta, uma rua... cada um vai pensar numa coisa. Cada uma vai falar: 'a, isso é uma rua. Outro que vai falar é um canal, é um negócio de água, não sei! Ninguém sabe o que é. Eu não vou afirmar o que é porque eu não vi de perto", esquivou-se o pesquisador.

A região monitorada pelo LiDAR nas Linhas de Apiacás possui 95 hectares e a planta baixa do local indica, no mínimo, 30 quadras e 30 cortes no terreno que a Dákila chama de 'ruas'. "A rua principal supera 16 quilômetros de extensão. As estruturas têm, no mínimo, 50 metros de altura em relação ao solo", dizem eles.  

Supostas torres se destacam do padrão original da vegetação ao redor. Foto: Dakila PesquisasSupostas torres se destacam do padrão original da vegetação ao redor. Foto: Dakila Pesquisas

Ainda segundo a empresa de Urandir, imagens aéreas realizadas nas Linhas de Apiacás registraram duas possíveis torres. A primeira teria cerca de 71 metros de altura e 14 metros de largura e a segunda teria 49 metros de altura por 7 metros de largura. "As possíveis torres se destacam do padrão original da vegetação ao redor, que têm árvores com troncos muito finos e vegetação rasteira. Próximo delas, tem um buraco de 18 metros de diâmetro, que pode ser a entrada de uma das galerias que compõem o Caminho do Peabiru", comentou Urandir.

Veja o momento em que eles mostram as supostas torres: 

Já mostramos também aqui no MS Notícias que o chamado "Caminho do Peabiru", é a teoria de que ecistem trajetos que cortam o continente sul-americano e se interconectam criando uma estrada com ramificações subterrâneas e de superfície que partiriam da Capital do Mundo, Ratanabá. "As pesquisas indicam que estas galerias foram também foram construídas pela civilização Muril", argumentam.  

Outro indício de construção foi verificado em uma das imagens do LiDAR. “Parece uma varanda de uma grande construção. Ela tem 22 metros de largura por 8 metros de altura. Trata-se de uma estrutura côncava que daria para entrar dentro”, contou a autointitulada pesquisadora, Fernanda Lima.

Para sustentar que existem riquezas escondidas no terreno, Urandir mostrou o que aparenta ser moedas ou medalhas de metal encontradas e publicadas na internet, que teriam sido achadas na Amazônia. “Elas trazem imagens que lembram a Meduza, as Amazonas, o Olho que Tudo vê. Como pode uma civilização aparentemente primitiva usar metal? Outra curiosidade é que este material após ser molhado, seca imediatamente”, disse Urandir.

Essas seria moedas encontradas na região onde fica 'Ratanabá'. Foto: DákilaEssas seria moedas encontradas na região onde fica 'Ratanabá'. Foto: Dákila

Eles também mostraram fotos de um suposto baú e de uma espada metálica com acabamento refinado; de uma pedra que emite luz há mais de 20 anos, constantemente, sem jamais ter perdido seu brilho, e de vários crânios alongados de aproximadamente 80 cm, cujos corpos teriam cerca de 4,5 metros de tamanho. Isso é, dizem eles que seriam crânios de seres gigantes. 

 

Além disso, a Dákila diz que sua equipe em Paranaíta, no Mato Grosso, encontrou duas pegadas fossilizadas em rocha, sendo uma delas no sítio arqueológico da Pedra Preta, trazendo novas informações para o estudo da cidade. “Ela tem 2.41 metros, se for de um ser humano, este teria de 12 a 14 metros de altura. Estas pegadas estão demarcadas em todo o Caminho do Peabiru. São relíquias arqueológicas, onde diversos profissionais de todo o mundo estão catalogando-as e podem mostrar uma história que não se encaixa hoje”, afirmou Fernanda Oliveira.

O 'pai do ET', também mostrou imagens do que seria a "pavimentação das ruas de Ratanabá". "Essas linhas é a parte mais insignificante das descobertas", apontou Urandhir. Veja abaixo: 

PAI DO ET BILU

Em 2010 Urandhir chegou a ser destaque no jornalismo “investigativo” da Record que exibiu no horário nobre da emissora uma reportagem onde afirmava realizar sessões de “conversa” com um extraterrestre chamado “ET Bilu” – foi quando ficou conhecido como pai do suposto extraterrestre que vive nas montanhas de Corguinho.

Pelo feito da descoberta do ‘ET Bilu’, em 2019 Urandir chegou a ser homenageado pela Câmara Municipal de Campo Grande – recebendo do ex-vereador (derrotado em 2020) Dr. Antonio Cruz, o Título de Cidadão Campo-grandense. Depois Urandir foi homenageado na Assembleia de Legislativa do Mato Grosso do Sul.

Sua tese de que a “Amazônia não queima” chegou a ser levada por Jair Bolsonaro na abertura da Assembleia Anual da Organização das Nações Unidas – ONU de 2020. Ele repete a teoria em relação ao Pantanal.

DESCOBERTA ANTIGA

A descoberta de Ratanabá, não é nova. Há mais de 10 anos o CEO vem falando dessa cidade. Segundo os pesquisadores da Dakila, Ratanabá é o real interesse dos estrangeiros do Brasil, das ONGS internacionais e até de Elon Musk, todos estariam atrás desse grande tesouro soterrado.

Antivacina e terraplanista, entre as teses de Urandir Oliveira: a pandemia é uma arma biológica e 87% da população mundial tem uma limitação intelectual e por isso se vacina.

O primeiro detalhe que chama a atenção nas postagens sobre Ratanabá são as datas utilizadas. Em alguns textos, está escrito que a civilização teria existido ali há 350, 450 ou até 600 milhões de anos.

É público que nem mesmo os dinossauros existiam há 350 milhões de anos. Os ancestrais humanos mais antigos viveram há mais ou menos 6 milhões de anos. A espécie humana, o Homo sapiens sapiens, surgiu há 350 mil anos na África.  

Ou seja: há um erro de cálculo de, pelo menos, 349.650.000 anos nessa história.