26 de julho de 2024
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ATAQUES RACISTAS

Polícia espanhola prende e solta racistas que atacaram Vini Jr.

Após pressão internacional, autoridades espanholas agiram com 'bastante cautela'

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A Polícia Nacional da Espanha, completou a prisão de 7 racistas, com a captura de mais 3 nesta 3ª.feira (23.mai.23). Entretanto, poucas horas depois, eles foram liberados após prestar depoimento em delegacias.

O grupo é acusado de entoar cantos racistas contra o jogador brasileiro Vini Jr. Os crimes ocorreram no domingo (21.mai), durante a partida entre Valencia e Real Madrid, no estádio Mestalla. 

Como mostramos antes aqui no MS Notícias, em apoio ao atleta, o Governo do presidente Lula (PT), acionou as autoridades esportivas espanholas e cobrou providências de patrocinadores e do governo diante dos recorrentes episódios de racismo contra o brasileiro. “O que aconteceu não é justo para um jovem pobre que está tendo sucesso e se tornando um dos melhores jogadores de futebol do planeta. Não podemos permitir que o fascismo e o racismo tomem conta dos estádios de futebol”, disse Lula durante a conferência de imprensa da cimeira do G7.

As contundentes declarações do presidente foram apoiadas por Flávio Dino, ministro da Justiça do Brasil, que ameaçou a Espanha de aplicar o princípio da extraterritorialidade. “O princípio da extraterritorialidade está no Código Penal, derivado do pedido do Ministro da Justiça. Remédio extremo em caso de crime contra brasileiros, que pode ser útil em caso de omissão das autoridades inicialmente competentes. Pode funcionar em resposta a uma agressão injusta contra um compatriota”, expressou nas suas redes sociais.

As manifestações ocorreram após Vini comover o mundo com um desabafo nas redes, apontando os recorrentes episódios de racismo que vinha sofrendo nos estádios atuando pelo clube madrileno. Eis: 

Vini denunciou no domingo (21.mai), que já foram 10 racistas/">ataques racistas contra o atleta brasileiro desde 2021. Ele postou um vídeo com hora, data e estádio em que ocorreram os ataques.Eis:

Ao menos nove ataques tiveram processos abertos na Justiça local, mas apenas dois contaram com algum tipo de punição, os demais foram perdoados. 

Com isso, a Espanha decidiu  agir e alguns racistas foram capturados. Os primeiros presos foram 4 racistas que penduram um boneco que simulava enforcamento do jogador. As duas ações foram divulgadas no Twitter da Polícia Nacional espanhola, com a hashtag STOP #delitosdeodio.

Os outros três racistas presos hoje, foram identificados pela direção do Valencia, segundo informou o clube, e detidos em suas residências, na cidade do sudeste da Espanha. A identidade deles ainda não havia sido divulgada até a última atualização desta notícia.

Em comunicado, o Valencia disse que está cooperando com a polícia para "eliminar o racismo no Mestalla", e que está buscando identificar mais torcedores.

"O Valencia CF confirma que nas últimas horas a polícia identificou um total de três torcedores que fizeram gestos racistas contra Vinícius Jr. no jogo do último final de semana contra o Real Madrid. O Valencia CF está cooperando com as autoridades em sua investigação para eliminar o racismo no Mestalla. O Clube reitera sua mais forte condenação e seu posicionamento enfático contra o racismo e a violência em todas as suas formas e agirá com a mesma contundência com todas as pessoas identificadas, aplicando sua medida mais severa: expulsá-las do estádio para sempre".

O clube, no entanto, afirma que "é totalmente falso que todo o estádio proferiu insultos racistas".