27 de julho de 2024
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GUERRA | ORIENTE MÉDIO

Vídeo: Israel ataca hospital árabe e massacra mais de 500 civis (imagens aterrorizantes)

Ministério alertou que Israel está cometendo crimes de limpeza étnica como plano estratégico para se livrar de milhões de palestinos

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"O massacre a sangue frio cometido contra centenas de civis palestinos abrigados no Baptist #Hospital (Hospital Ahli Arabi) na Cidade de Gaza pelas forças de ocupação israelenses (IOF) permanecerá para sempre uma mancha na consciência da humanidade que tem testemunhado os horrores cometidos contra o povo palestino sem tomar medidas para o impedir", denunciou nesta 3ª feira (17 de outubro de 2023), o canal oficial do Ministério das Relações Exteriores e Expatriados da Palestina (MFAE), no X (antigo Twitter).

Numa postagem, um vídeo mostra o terror: dezenas de corpos dilacerados ao solo (as imagens são fortes). Mais de 500 pessoas palestinas foram assassinadas por Israel no ataque ao Hospital, que fica na Praça Palestina, no centro da Faixa de Gaza. Eis o vídeo: 


Conforme o ministério, no curso da guerra, Israel está quebrando todas as regras do direito internacional massacrando impiedosamente centenas de milhares de palestinos e despojando da sua humanidade dos palestinos, sujeitos a assassinatos injustificados, à fome e a transferências forçadas, sem fim à vista enquanto as forças de ocupação israelitas (IOF) continuam a atacar a Faixa de Gaza, com milhares de mísseis e bombas visando áreas civis por via aérea, terrestre e marítima e ameaças de cometer assassinatos em massa.
"Deve haver um fim a esta depravação e a comunidade internacional, em particular o CS, deve agir agora para condenar e acabar com esta carnificina e impunidade descontrolada. O MFAE tomará todas as medidas possíveis para pôr termo a esta criminalidade e responsabilizar os seus autores", avisou o ministério.

Em um artigo em seu site oficial, o ministério alertou que Israel está cometendo crimes de limpeza étnica como plano estratégico para se livrar de milhões de palestinos. "O Ministério dos Negócios Estrangeiros e dos Expatriados condena nos termos mais veementes a devastadora guerra de ocupação contra o nosso povo na Faixa de Gaza e os crimes de genocídio e limpeza étnica que comete pelo 11º dia consecutivo, o último dos quais foi o de Rafah e Os massacres de Khan Yunis esta manhã, que deixaram 80 mártires, incluindo crianças e mulheres, e mais destruição.Também condena o Ministério visando fortemente centros de saúde, hospitais, equipas de imprensa, escolas, universidades e outros", diz no artigo.  

O Ministério confirmou que Israel está utilizando armas proibidas internacionalmente, para eliminar a presença dos palestinos na Faixa de Gaza e na Cisjordânia. "Assassinatos em massa, destruição em massa e catástrofes humanitárias ocorrem na região, além de operações que expulsam e deslocam cidadãos palestinos. O objetivo é eliminar a causa palestina e mudar a abordagem internacional dos direitos dos palestinianos", completa o ministério.  

Além da guerra bélica, os Estado de Israel se ultiliza da guerra de informações, distorcendo narrativas, produzindo uma verdadeira máquina de deseinformação pró-guerra (que sustenta a falsa narrativa de que Israel está se defendendo). Em vídeos disparados pela extrema direita na internet, sem qualquer verificação, há afirmações de que foi o Hamas que atacou o hospital. O grupo, no entanto, nega.  

A equipe do Médico Sem Fronteiras da Palestina também condenou o crime de guerra israelense: "Estamos horrorizados com o recente bombardeamento israelita do Hospital Ahli Arab na cidade #Gaza , que tratava de pacientes e acolhia moradores de Gaza deslocados. Centenas de pessoas teriam sido mortas. Isto é um massacre. É absolutamente inaceitável...". Eis o post original em inglês:  

Um médico da MSF chegou a relatar o terror do momento do ataque. "Estávamos operando no hospital, houve uma forte explosão e o teto da sala de cirurgia caiu. Isto é um massacre”, disse o Dr. Ghassan Abu Sittah, médico de MSF em Gaza". Eis o post original em inglês:  

"Nada justifica este ataque chocante a um hospital e aos seus muitos pacientes e profissionais de saúde, bem como às pessoas que aí procuravam abrigo. Os hospitais não são um alvo. Este derramamento de sangue deve parar. Já é suficiente", clamou o MSF.   

SITUAÇÃO CATASTRÓFICA EM GAZA 

"A situação em Gaza é catastrófica. Os hospitais estão sobrecarregados. O número de feridos é extremamente alto – há um fluxo constante em todos os hospitais da Faixa de Gaza. As equipes médicas estão exaustas, trabalhando sem parar para tratar os feridos", contou Léo Cans, coordenador-geral de Médicos Sem Fronteiras na Palestina.

"Os bombardeios são muito intensos. Prédios inteiros estão sendo destruídos, incluindo um, na noite passada, bem próximo ao escritório de Médicos Sem Fronteiras (MSF). Às vezes, as pessoas recebem uma mensagem de texto no meio da noite dizendo para evacuarem suas casas, como aconteceu com alguns dos membros da nossa equipe em Gaza. Você tem de acordar seus filhos no meio da noite e sair de casa, sem levar nenhum de seus pertences, para chegar a um lugar seguro. Mas, muitas vezes, as pessoas não sabem para onde ir. Elas se encontram do lado de fora, no meio da noite, sob uma chuva de bombas. Onde elas podem encontrar segurança?", continuou ele, que está em Jerusalém. 

"Hoje, em Gaza, as pessoas estão aterrorizadas. Falo regularmente com nossos colegas de lá. Eles são pessoas muito fortes porque, infelizmente, já passaram por muitas guerras, mas a situação atual está lhes causando extrema ansiedade. Eles dizem que desta vez é diferente: eles não veem uma saída e se perguntam como tudo isso vai acabar. Eles estão enfrentando um terrível sofrimento mental. Não há palavras para descrever o que as pessoas estão passando", lamentou.  

O coordenador cobrou que mesmo em guerras, instalaçõe médicas devem ser respeitadas, o que vem sendo ingnorado por Israel. "Estamos muito preocupados em ver que as instalações médicas não foram poupadas. Um dos hospitais que apoiamos foi atingido por um ataque aéreo e ficou danificado. Outro ataque aéreo destruiu uma ambulância que transportava os feridos, bem em frente ao hospital onde trabalhamos. A equipe de MSF, que estava operando um paciente, teve que deixar o hospital às pressas. Repetimos: as instalações médicas devem ser respeitadas. Isso não é algo que deva ser negociado", apontou.  

"A intensidade da violência e dos bombardeios é chocante, assim como o número de mortos. A declaração de guerra não deve, em hipótese alguma, levar à punição coletiva da população de Gaza. Cortar o fornecimento de água, eletricidade e combustível é inaceitável, pois pune toda a população e a priva de suas necessidades básicas", completou.  

Fonte: Com MSF.