29 de março de 2024
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João Baird nega envolvimento em supostas irregularidades em futura licitação da Seintrha

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Mais um capítulo acerca das denúncias sobre suposto esquema montado para possivelmente fraudar a licitação que irá acontecer em Campo Grande em 2015 para contratação de empresas de monitoramento de trânsito.

Na semana passada, o MS Notícias publicou uma série de denúncias recebidas por este site sobre um suposto consórcio que estaria sendo formado pelas empresas Itel, do empresário João Roberto Baird,  Swarco, empresa italiana, e BSE - Sistema Eletrônico Ltda, de São Paulo. Conforme denúncias, o esquema pode ter sido encabeçado pela então secretária de infraestrutura, Kátia Castilho.

O objetivo desse grupo, de acordo com denúncias recebidas, seria favorecer o consórcio na área de tecnologia de informação voltada para mobilidade urbana para torná-lo vencedor da licitação de R$ 70 milhões referente ao CCI (Centro de Controle Operacional de Gestão Integrada de Mobilidade Urbana com Prioridade ao Transporte Público) de Campo Grande. A licitação está me fase de elaboração de edital e o certame deverá acontecer em 2015.

De acordo com fontes, a então secretária teria contado com ajuda dentro da prefeitura para dar andamento ao “projeto” sem chamar atenção. Conforme denúncias, a funcionária Catiane Sabadin, nomeada por Olarte para cuidar da Unidade de Projetos Especiais, pode ter sido intermediária ente Kátia e Boris. Catiane teria viajado para Itália para acertar os detalhes em nome de Kátia.

Funcionários da prefeitura, tanto da Seinthra quanto da UEP, confidenciaram ao MS Notícias suspeitar de que Catiane possa ser privilegiada dentro da prefeitura e disseram suspeitar que ela não frequenta seu local de trabalho diariamente como deveria e que de “vez em quando” cumpria expediente.

Outra informação recebida pelo site dos denunciantes é de que um e-mail enviado, supostamente, por Kátia, a técnicos da empresa Itel, de propriedade de João Baird, fora interceptado. Segundo as informações denunciadas ao site, no texto do e-mail, Kátia dizia que estava tudo certo, pois ela já havia influenciado o prefeito.

A reportagem do MS Notícias procurou o empresário João Roberto Baird para conversar com ele sobre o assunto. João Barid é dono da empresa Itel, criada em 1995, e que desde então presta serviços na área de tecnologia de informação para prefeitura de Campo Grande, governo do Estado, entre outros.

Questionado sobre as denúncias, João disse desconhecer as empresas Swarco e BSE, e negou qualquer proximidade com Kátia. "Eu nunca vi essa senhora", disse João Baird sobre Kátia Castilho. O empresário negou qualquer encontro com Kátia até mesmo na época em que ela comandou a Seintrha (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação).

Sobre o consórcio, mais uma vez, João Baird negou conhecer as empresas BSE e Swarco. "Não tenho conhecimento disso, nunca vi Swarco, nunca falei com esse povo, não sei nem quem é. Nem sei o que significa BSE, eu sou empresário nem moro em Campo Grande, moro em São Paulo", respondeu João Baird. A BSE, no entanto, é uma empresa conhecida na área de tecnologia de informática e sistemas eletrônicos cuja sede é em São Paulo, onde João Baird mora. A área de atuação da BSE e da Itel é a mesma.

Já em relação à denúncia de que Kátia teria, supostamente, trocado e-mails com técnicos de sua empresa, João Baird afirmou que iria averiguar a informação com seus funcionários depois do período de festas. "Deixa passar esse período, vou procurar meu pessoal para averiguar", disse.

O empresário, no entanto, fez questão de se colocar distante de qualquer ligação com o caso, com Kátia e até mesmo com atual titular da Seintrha, Waltemir Brito, o Caco. João enfatizou que todos os serviços executados pela Itel no Estado e em Campo Grande são coordenados por funcionários dele, que ele mesmo não atua diretamente na execução dos projetos. "Nunca fui no IMTI, não sei nem a localização do IMTI, eu tenho funcionários", finaliza.

Heloísa Lazarini