24 de abril de 2024
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Pais dos mirins se revoltam com Olarte ao saber da suspensão do convênio com instituto

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Para esclarecer boatos e informações que têm sido divulgadas pela imprensa e pelo prefeito Gilmar Olarte (PP), a diretoria do Instituto Mirim convocou uma reunião com a os pais dos alunos atendidos pelo instituto na manhã de hoje.

Durante a reunião, conduzida pela diretora do instituto, Mozania Ferreira Raquita, foi apresentado aos pais todos os documentos, co provantes de pagamentos sobre a reforma do prédio, que foi amplamente maior do que apenas uma pintura, como disse Olarte semana passada, e também fio exposto aos pais itens do convênio com prefeitura que Olarte não tem cumprido há alguns meses.

Segundo direção do Instituo, desde setembro que a prefeitura não paga ao Mirim o valor integral do salário dos 449 adolescentes que prestam serviço ao município pelo instituto. Os pais ficaram surpresos ao saber que seus filhos estavam recebendo normalmente devido ao uso de uma reserva do Instituto, que optou por usar esse dinheiro poupado para garantir que os adolescentes recebessem.

Outro ponto esclarecido pela direção do instituto foi sobre os gastos com a reforma. Olarte havia dito publicamente que o instituto recebera R$ 500 mil para fazer uma reforma, mas no entanto realizou apenas uma pintura, que, na opinião dele deveria custar em torno de R% 50 mil, e acusou o instituto de desviar recurso público.

Acontece que nem mesmo Olarte comprovou a acusação e depois de ser novamente questionado pela imprensa se negou a falar sobre o assunto. A reportagem do MS Notícias teve acesso às fotos de toda reforma feita em praticamente toda estrutura do prédio. Banheiros, cozinha, salas de aula, tudo foi reformado desde estrutura até acabamento final.

Hoje, a diretoria do instituto também mostrou aos pais as fotos e os comprovantes de pagamento de tudo que foi gasto na reforma. Vale ressaltar que o Instituto Mirim recebe mensalmente da prefeitura R$ 500 mil devido ao convênio com município, e não foi repassado recurso adicional para reforma.

Mozania explicou aos pais que além de não pagar o salário integral dos mirins, a prefeitura também deixou de efetuar o pagamento de algumas contas do Instituto, como a de energia, descumprindo com itens do convênio firmado entre as instituições, que há cerca de duas semanas foi cortada. Hoje, o instituto está funcionando pois a direção decidiu alugar um gerador de energia com recursos de reserva.

"Essa reunião foi muito importante para que os pais possam saber a verdade, porque o prefeito tem dito coisas na imprensa que não são verdadeiras. Nós prestamos contas à sociedade, aos pais, e tudo que fazemos no instituo passa por auditorias. Encaminhamos um relatório completo ao MPE (Ministério Público estadual) sobre toda situação", explica Mozania.

A preocupação da diretora é que o convênio seja renovado, pois sem ele, o Instituto Mirim não terá condições de continuar com cursos profissionalizantes e com todo trabalho pedagógico e assistencial desenvolvido por ele, o que irá prejudicar aproximadamente 1000 alunos, que sã atendidos pelo Mirim. A decisão de encaminhar o caso ao MPE foi tomada a partir da recusa da prefeitura em negociar e conversar.

Olarte, por meio do atual secretário de administração, tem pressionado a atual diretora para renunciar, exigindo que o estatuto seja alterado para que o Mirim passa a ser submetido à prefeitura e que  sua esposa, Andreia Olarte seja a diretora. Olarte também exigiu que o prédio da unidade Carandá seja cedido à Guarda Municipal para ser usado como centro de treinamento. O que na opinião dos pais e dos membros da atual direção deixa claro que o prefeito está agindo movido a interesses pessoais.

O prefeito chegou a cancelar o serviço de tecnologia de informação dias antes do processo seletivo do Instituto ser aberto, e anunciou no site da prefeitura que a seleção seria apenas em fevereiro de 2015. garças a uma ação rápida da direção do Mirim, uma empresa foi contratada para criar um site e fazer a seleção ainda este ano evitando que mais 300 adolescentes ficassem desassistidos em 2015. "Nosso processo seletivo é demorado pois é criterioso, depois da inscrição, temos as entrevistas, as visitas às famílias para ter certeza de que aquele adolescente precisa do Instituto, se o processo seletivo fosse feito em fevereiro, as aulas começariam apenas no segundo semestre", diz Mozania.

Para Laurezete Amaro da Silva, mão de um adolescente atendido pelo Mirim, o prefeito está cometendo grave erro. "Essa situação prejudica muito as famílias porque o instituto e um incentivo para os adolescentes, porque não tem outra instituição que os acolhe, e a Mirim ensina os nossos filhos a trabalhar com os cursos profissionalizantes, os ensina a ter responsabilidade, e sem contar que tira muitos adolescentes da rua. Ninguém está gostando dessa atitude do prefeito. Isso não pode ficar assim", desabafa.

Mozania espera que a situação se resolva o mais rápido possível para evitar que os adolescentes e suas famílias sejam prejudicados. "Tínhamos o direito e o dever de chamar os pais para esta reunião para esclarecer toda e qualquer dúvida que eles ou os adolescentes podem ter sobre instituto. Agora esperamos ansiosamente o movimento da prefeitura para fazer renovação do convênio que é o que nós mais queremos", finaliza.

Heloísa Lazarini e Leide Laura Menses