23 de abril de 2024
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Professores municipais deliberam por greve na Capital

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Os professores de Reme (Rede Municipal de Ensino), reunidos na manhã de hoje em Assembleia Geral, deliberaram pela greve nas escolas municipais a partir desta quinta-feira.  A reunião contou com a presença de mais de 800 professores, que lotaram o auditório da ACP, as calçadas e ruas.Na tarde de ontem, o prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte (PP), se reuniu com o diretor da ACP, Geraldo Gonçalves, apresentando, em ofício uma proposta para o pagamento da integralização do piso salarial dos professores, que é de 8,46%. De acordo com o ofício, a prefeitura municipal só fará o pagamento após a empresa Águas de Guariroba fazer os pagamentos relativos à outorga onerosa da companhia. Diversos professores se manifestaram, e todos consideraram a proposta vaga, pois não há datas específicas nem a garantia que este pagamento que a empresa deve prestar à prefeitura será realizado. “É um desrespeito, não devemos aceitar, há recursos para esse pagamento. Nós somos inteligentes sim, porque não vamos aceitar. Vai chegar a data do pagamento e o prefeito pode não realizar ele. Nós temos que fazer valer os nossos direitos”, disse a professora Rosana Machado, 45. Esses recursos apontados pela professora, diz respeito a verba própria do executivo municipal, na qual, 25% da receita deveria ser destinada a educação, além do fundo da Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação). “É aplicado somente o valor da Fundeb, os outros 25% não são aplicados na educação”, disse o profissional, Gilbano Brozoni, 38. Gilbano foi além, e disse ainda que, está disposto a repor as aulas aos sábados, pois só assim se garante o direito. “É enjoativa a proposta do Gilmar Olarte, não tem como ficar parado e sorrir para ele”, disse o professor que foi aplaudido e ovacionado pelos presentes. Para Geraldo, a greve não é a contento da classe, mas somente dessa maneira pode-se movimentar o executivo municipal para que atenda a lei. Na tarde de hoje os professores irão redigir um texto explicativo para levar a Olarte, e também para que seja divulgado nas escolas, ruas, pais, e para a sociedade em geral o motivo da greve. “O prefeito não está nos respeitando, não respeita os pais, os alunos, ninguém”, disse um professor em meio à reunião. Os Ceinfs (Centros de Educação Infantil), devem ser paralisados parcialmente, à princípio, já que a situação das creches é diferenciada, como explicou Geraldo. “Nós vamos conversar com todos os pais sobre a greve, eles não podem ficar contra nós”. Com o início da greve nesta quinta-feira, os professores irão se reunir na Câmara de Vereadores às 9h. Na sexta-feira, farão uma caminhada até a prefeitura municipal, reivindicando os direitos, às 8h, e na parte da tarde, haverá outra assembleia, a partir das 14h. Nenhum representante do executivo municipal estava presente na reunião dos professores nesta manhã. “Nós enviamos ofício ao prefeito e a secretária de educação Angela de Brito, eles sabiam que nos reuniríamos hoje”, disse o presidente. Em abril deste ano, os professores garantiram 18,33% da lei do piso municipal, nº 5.189. No mês de outubro, conforme lei era garantida a integração do piso, mas não foi cumprida pelo prefeito da Capital, que alega não possuir recursos. Tayná Biazus