07 de maio de 2024
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Ação na Justiça mostra que Bernal prejudicou a cidade acabando com o Gisa

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Se a Justiça acolher uma ação popular que responsabiliza o prefeito Alcides Bernal (PP) e o secretário municipal de Saúde, Ivandro Fonseca, por uma verdadeira “operação desmonte” no serviço público, a história do “caso Gisa” terá de ser reescrita novamente. Quem ingressou com a ação há alguns semanas foi o aposentado Ênio Benedito Ferreira Barbosa. Ele denunciou Bernal e Fonseca pela iniciativa de implodir o Projeto Gestão Integrada de Informações de Saúde, que começou a ser implantado pelo prefeito Nelsinho Trad em 2009 e vinha funcionando até à posse de seu sucessor.

O autor da ação quer que Bernal e Fonseca indenizem o Município em R$ 9,7 milhões, valor do investimento bancado por recursos do Ministério da Saúde e contrapartida da Prefeitura. Acusadas de irregularidades na aplicação das parcelas liberadas - cerca de 80% do valor global que seria repassado - e no processo de licitação da empresa que implantaria o Gisa, 24 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Publico Federal (MPF) entre elas os dois criadores do projeto, Nelsinh Trad e seu secretário de Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

Com o pedido de condenação do MP para que devolvam aos cofres federais a verba librada pelo Ministério, Nelsinho e Mandetta agora podem ser beneficiados em sua defesa, por vários motivos, alguns decisivos para a reanálise do caso e o confronto das versões. Segundo o aposentado que moveu a ação, existem provas cabais que o Gisa estava em pleno funcionamento quando Bernal assumiu, em 1º de janeiro de 2013.

Além disso, ele sustenta que Bernal e o secretário Fonseca destruíram ou apagaram vários vestígios que pudessem comprovar a vigência do Gisa. Uma dessas ações foi violenta: na primeira semana e governo Bernal demitiu os 45 servidores que estavam treinados para operacionalizar o novo sistema. Na ação, Ênio Barbosa conta que as consultas médicas e odontológicas já podiam ser feitas pelo portal de voz 0800-707442 ou na Unidade Básica de Saúde. Reforça de maneira definitiva essa realidade a série de auditorias técnicas e contábeis do Ministério concluindo que o Gia estava em fase final de conclusão, com quase 90% do projeto executados.

A ação popular deixa Bernal num incômodo paredão político, ico e social, tendo em vista a demonstração de que ele e seu secretário da área agiram deliberadamente e sem justificativas de necessidade para acabar com um projeto de incalculável valia para a população. O Gisa diminuiria as filas ao máximo, racionalizaria a regulação e agilizaria o atendimento, tendo um sistema interno integrado e de alta resolutividade para eliminar os focos de estrangulamento na atenção da rede pública aos usuários do Sistema Único e Saúde (SUS) em Campo Grande.