A operação da Polícia Federal deflagrada na manhã desta 6ª feira (18.jul.25) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que incluiu o uso de tornozeleira eletrônica e restrições de contato e redes sociais, gerou forte reação entre seus apoiadores e familiares. As falas, divulgadas nas redes sociais e em comunicados, reforçam de forma distorcida a narrativa de perseguição política e, em alguns casos, chegam a relacionar as medidas judiciais com a recente taxação de 50% imposta por Donald Trump ao Brasil.
A deputada federal bolsonarista Caroline de Toni (PL-SC) sugeriu que as restrições impostas a Bolsonaro corroboram a visão de Trump sobre a situação política brasileira, validando interferência estrangeira acima da soberania nacional..
"Proibir o presidente Bolsonaro de usar redes sociais e se comunicar com seus filhos e se aproximar de embaixadas, como se ele fosse um criminoso. A gente sempre pergunta que crime que Bolsonaro cometeu. Essas decisões só corroboram aquilo que a gente vem dizendo. Realmente estamos num estado de exceção no Brasil, que a nossa democracia e o nosso estado de direito estão corroídos, já não funcionam mais e realmente comprova tudo aquilo que o Trump fala", disse.
Em sua fala, a deputada prosseguiu alegando, de forma indireta, que vale tudo para defender o líder da extrema direita, colocando-o acima da soberania nacional. "Estamos vivendo um estado ditatorial onde o aparato de justiça está sendo utilizado para perseguição política contra a oposição. Simplesmente a oposição está sendo calada e hoje, a medida de hoje, é mais uma demonstração disso. Por isso, nosso total repúdio a essa decisão do ministro Alexandre de Moraes [STF] e desse jeito fica difícil reverter as sanções do Trump ao povo brasileiro, que não tem culpa de nada, mas que está sendo automaticamente penalizado pelos desvios econômicos do governo que não tem gestão nenhuma, responsabilidade nenhuma e, de outro lado, pela ditadura vinda do Supremo Tribunal Federal."
FILHOS E ALIADOS
Eduardo Bolsonaro (PL), deputado federal licenciado e filho do ex-presidente, que reside nos Estados Unidos e também está sob investigação, utilizou a plataforma X (antigo Twitter) para detalhar as medidas impostas pelo Ministro Alexandre de Moraes, conectando-as à repercussão internacional. Em tradução livre, ele escreveu: "Alexandre de Moraes dobra a aposta e, após o vídeo de Bolsonaro para @realDonaldTrump ontem, Moraes ordenou hoje para @jairbolsonaro: 1-Usar tornozeleira eletrônica; 2-Ele não pode sair de casa entre 19h e 7h; 3-Ele não pode usar redes sociais; 4-Ele está proibido de se comunicar com embaixadores e diplomatas estrangeiros; 5-Ele não pode se aproximar de embaixadas; 6-Ele não pode falar com outras pessoas sob investigação (eu e meu irmão Carlos estamos sob investigação)."
Já o senador Flávio Bolsonaro (PL), outro filho do ex-presidente, expressou revolta e prometeu resistência. Em seu perfil no X, ele afirmou: "Fica firme, pai, não vão nos calar! A proposital humilhação deixará cicatrizes nas nossas almas, mas servirão de motivação para continuarmos lutando pelo nosso Brasil livre de déspotas. Proibir o pai de falar com o próprio filho é o maior símbolo do ódio que tomou conta de Alexandre de Moraes para tomar medidas totalmente desnecessárias e covardes. Típico de uma inquisição, que já tem a sentença final pronta antes mesmo de começar. Em que a capa do processo é a principal “prova”. O ardil é tanto, que faz exatamente no início do recesso parlamentar, quando Brasília está vazia. Mas seu cálculo certamente esqueceu de levar em conta que hoje, 18/Jul, é o Mandela Day. Dia em que o mundo celebra o símbolo de resistência e luta pela liberdade! Não é uma coincidência apenas! Até os nossos adversários sabem da sua inocência, da sua honestidade. E todos nós sabemos que você não merecia estar passando por isso. Deus vai te honrar, pai! O mundo dá volta rápido e o povo fica ao lado de quem é injustamente perseguido, como você está sendo, implacavelmente, há anos. Vai sair ainda maior e mais forte de tudo isso, pra liderar o resgate do nosso Brasil! “Os humilhados serão exaltados” (Mateus 23:12)."
O Partido Liberal (PL), partido de Bolsonaro, emitiu uma nota oficial em suas redes sociais demonstrando solidariedade: "Nosso capitão @jairmessiasbolsonaro nunca fugiu da luta. Hoje, mais do que nunca, mostramos que ele não está sozinho. Estamos juntos, presidente!"
O deputado federal Helio Lopes (PL-RJ) também se manifestou pelo Instagram, classificando a operação como uma continuidade de uma "caça às bruxas": "Urgente!! A caça às bruxas continua! Ignorando a constituição e os 383 votos dos parlamentares, daqueles que foram eleitos para representar o povo, a toga fará com que os maiores prejudicados sejam os brasileiros e ainda de forma retroativa".











