23 de abril de 2024
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Bolsonaro diz que melhor vacina para Covid-19 é o vírus, que já matou mais de 188 mil de brasileiros

"Eu não uso, mas tudo bem", disse Bolsonaro ao receber máscara de proteção de um apoiador que, assim como ele, estava com boca e nariz expostos

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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta quarta-feira (23) que a melhor vacina para a Covid-19 é o próprio coronavírus, que já matou mais de 188 mil pessoas no Brasil.

Sem máscara, o presidente cumprimentou apoiadores que, em sua maioria, estavam igualmente sem proteção e se aglomeraram para fotos em São Francisco do Sul (SC), onde ele descansa desde o fim de semana.

Em transmissão ao vivo em sua rede social, Bolsonaro aparece se aproximando de um homem que lhe entrega uma máscara de presente e recomenda que o presidente faça a higienização do item.

"Eu não uso, mas tudo bem", disse Bolsonaro ao receber o item de proteção do apoiador que, assim como ele, estava com boca e nariz expostos.

"Eu tive a melhor vacina, foi o vírus", seguiu o presidente. "Sem efeito colateral", afirmou.

O Brasil registrou 963 mortes pela Covid-19 e 55.799 casos da doença na terça-feira (22). Com isso, o país chegou a 188.285 óbitos e a 7.320.020 de pessoas infectadas pelo novo coronavírus desde o início da pandemia.

Em Santa Catarina, o governo local registrou 468.403 casos e 4.836 mortes na terça-feira. No município visitado pelo presidente foram 3.006 casos e 44 mortes. A população estimada do município, segundo o IBGE, é de 53.746 pessoas.

Na terça-feira, Bolsonaro já havia provocado aglomerações na cidade. O ministro Fábio Faria (Comunicações) e o secretário Jorge Seif (Pesca), que acompanham o presidente na viagem, transmitiram em suas redes sociais a interação de Bolsonaro com pessoas amontoadas na praia. Horas depois, o chefe do Executivo cumprimentou novamente pessoas que se espremiam nas grades para chegar perto do presidente.

Desde o início da pandemia, Bolsonaro e integrantes do governo e de sua base ideológica têm relativizado não só o vírus como também o uso de máscaras.

O presidente também se tornou a principal voz de um movimento contrário à vacinação no país. Ele já disse mais de uma vez que não tomará a vacina e quis impor a obrigatoriedade de um termo de responsabilidade para quem aceitar ser imunizado.