26 de julho de 2024
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DECISÃO JUDICIAL

Gilmar Mendes manda Zambelli entregar pistola em 48h

Ministro autoriza busca e apreensão contra bolsonarista

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A deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) deve entregar a pistola 9 MM que usou para perseguir o jornalista  Luan Araújo, de 32 anos. A decisão, que saiu na tarde desta 3ª.feira (20.dez.22), é do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes

Antes de continuar, leia:  

Ele apenas acolheu um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e determinou a suspensão do porte de arma da parlamentar. Mostramos esse pedido mais cedo aqui no MS Notícias.  

"Decorrido o prazo (de 48 horas), sem atendimento voluntário, expeça-se mandado de busca e apreensão nos endereços da investigada", acresceu Mendes.  

A manifestação da PGR chegou ao STF na 2ª.feira (19.dez.22), num pedido da vice-procuradora-geral da República Lindôra Araújo. Ela explicou que em razão da tensão política, seria ideial retirar a posse a parlamentar radical. 

"O tensionamento político atual, a iminente transição pacífica de poder e o porte indevido da arma de fogo para suposto exercício do direito de defesa da honra revelam que a suspensão cautelar do porte e a apreensão da arma de fogo são medidas suficientes para coibir a reiteração do delito investigado e resguardar a ordem pública", escreveu.

A vice-PGR apontou ainda que o caso em que Zambelli perseguiu um eleitor na véspera do 2º turno das eleições, pode configurar crime de porte ilegal de arma de fogo, porque a deputada não possuía autorização para transitar na rua ou entrar em um estabelecimento com o armamento

Por isso, Lindôra escreveu que vai negociar um acordo de não persecução penal (ANPP) com a deputada para permitir o encerramento célere do processo.

Em nota, a deputada negou irregularidades no episódio e disse que a PGR "erra ao dizer que o porte é ilegal". "A deputada reitera, ainda, que se encontra em missão oficial e não tem condições, ainda que fosse legítimo o pedido, de proceder com a entrega da pistola e munições", diz a nota. A tal "missão oficial" a qual Zambelli se refere, nada mais é que uma viagem que ela faz a Europa para encontrar radicais de extrema direita.  

Apesar de ter sido banida das redes sociais por ser uma criadora assídua de fake news da extrema direita, Zambelli tem conseguido disparar vídeos com teorias da conspiração em grupos extremistas de direita. Num dos vídeos em que diz ter ido a Europa denunciar suposta censuras a suas mentiras no Brasil, a deputada ataca um "ministro de esquerda", que estaria prendendo "índios conservadores". Ela se refere, na verdade, a pessoas indígenas.  

Mostramos aqui no MS Notícias que uma das estratégias da extrema direita foi articulada em grupos radicais, para "usar pessoas indígenas" em atos golpistas, pois na compreensão dos radicais, os indígenas não estariam submetidos as mesmas condições judiciais.