Gleisi Hoffmann, atual presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), ganha apoio nos bastidores para sua proposta para chefiar o Ministério da Justiça. Fontes palacianas indicaram ao Sputnik Brasil que “a decisão de incorporar o Ministério é inteiramente dela”.
“Além de outros, o presidente Lula conta com o nome dela [de Gleisi]. A expectativa é que ele [Lula] indique uma mulher para ocupar o lugar de Flávio Dino”, disse uma fonte do PT ao meio de comunicação.
Durante a investigação, fonte palaciana confirmou os movimentos e enfatizou que “a decisão final cabe ao presidente do partido”, referindo-se a Gleisi aceitar ou não o cargo.
Outra fonte da Esplanada indicou que essas discussões ocorrem em meio à possibilidade do ministro Flávio Dino assumir cargo no Supremo Tribunal Federal (STF).
"São apenas nomes sendo apresentados. Essas discussões com nomes, em alguns casos, são para testar como os aliados e oponentes se comportarão. No entanto, em geral, já existem algumas costuras e definições internas. O nome Quem deverá ocupar o lugar de Dino deverá ser divulgado em breve. Tudo isso depende da aprovação dele no STF", informa o Sputnik.
POSSIBILIDADE DE DESMEMBRAMENTO DAS PASTAS MINISTERIAIS PARA PSB E PT
Há uma possibilidade de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva distribuir as pastas ministeriais, permitindo que dois indicados, um do PSB e outro do PT, ocupem cargos de alto escalão. Um assistente da presidência afirmou que "a vaga do ministério pertence ao PSB, vice do presidente [...]. Há indícios de que o presidente Lula crie um ministério para cada. O PT quer mais representação nos ministérios, assim como o PSB."
PERFIL DE GLEISI HOFFMANN
Gleisi Hoffmann é natural de Curitiba (PR) e possui experiência profissional em gestão pública e política. Ela já foi secretária de Estado em Mato Grosso do Sul, secretária de Gestão Pública em Londrina (PR) e fez parte da equipe de transição do presidente Lula em 2002, juntamente com a então ministra Dilma Rousseff.
Com a eleição de Lula para a Presidência da República em 2002, Gleisi foi convidada para ocupar o cargo de diretora financeira da Itaipu Binacional, onde aprimorou seus conhecimentos em gestão pública. Ela também foi idealizadora de outros programas, incluindo o Programa de Proteção à Criança e ao Adolescente (PPCA), que tem como objetivo apoiar ações e articular a rede de proteção à criança e ao adolescente na região da fronteira Brasil/Paraguai, combatendo a prostituição infantil.
Em 2010, Gleisi Hoffmann se tornou a primeira mulher eleita para o Senado pelo Paraná, com mais de 3 milhões de votos.
De junho de 2011 a fevereiro de 2014, Gleisi Hoffmann foi convidada pela presidente Dilma Rousseff para ocupar o cargo de Chefe da Casa Civil da Presidência da República. Durante 2016, ela presidiu a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Em fevereiro de 2017, foi eleita por unanimidade pela bancada do PT para ocupar a liderança do partido no Senado. Em junho de 2017, foi eleita presidente nacional do Partido dos Trabalhadores e reeleita no Processo de Eleições Diretas (PED) de 2020. Gleisi Hoffmann foi reeleita deputada federal pelo Paraná nas eleições de 2022.
NOMES NA MESA
Com a saída de Flávio Dino do Ministério da Justiça e Segurança Pública, o presidente Lula considera pelo menos quatro potenciais candidatos para assumir o cargo. Ricardo Cappelli, Augusto de Arruda Botelho, Ricardo Lewandowski e Simone Tebet estão sendo cogitados para o cargo.
Segundo fonte interna do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, jornalista com pós-graduação em administração pública, ganhou força em Brasília. Cappelli é atualmente secretário-executivo do Ministério da Justiça e foi indicado pelo próprio Flávio Dino para ser o número dois do departamento em dezembro do ano passado. Cappelli também atuou em governos Lula anteriores como Secretário Nacional de Esportes, Educação, Lazer e Inclusão Social de 2003 a 2006.
O atual Secretário Nacional de Justiça, Botelho, é um advogado especializado em direito penal que foi nomeado por Dino para a posição que ocupa atualmente. Além de ter sido um conselheiro da Human Rights Watch, uma organização que promove e pesquisa sobre os direitos humanos, ele também se opôs a recentes abusos cometidos pelo Ministério Público e pelo Judiciário, incluindo aqueles cometidos durante a operação Lava Jato.
Outro nome considerado é o ex-ministro do STF Ricardo Lewandowski, que acompanhou Lula em uma viagem aos Emirados Árabes Unidos como membro da comitiva que participou da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2023 (COP28). Em abril, Lewandowski deixou o STF ao completar 75 anos, sendo substituído por Cristiano Zanin.
FONTE: Sputnik Brasil.