08 de novembro de 2024
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Moção de protesto à portaria do Ministério da Saúde gera desentendimento entre petistas

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Uma moção de protesto direcionada ao ministro da saúde, Arthur Chioro, e assinada pelos vereadores Ayrton Araújo (PT), Luiza Ribeiro (PPS) e Paulo Siufi (PMDB) gerou polêmica e desconforto entre os petistas na manhã de hoje. Aprovada com 18 votos favoráveis e dois contrários, a bancada petista deixou de votar unida.

De acordo com o vereador Ayrton Araújo, a Portaria nº 1.253/13 do Ministério da Saúde viola uma lei que assegura a todas as mulheres, a partir dos 40 anos, o acesso ao exame de mamografia para diagnóstico de câncer pelo SUS (Sistema Único de Saúde). “A portaria vai matar a Lei 11664/08. Isso aqui é uma agressão às mulheres. Acho que o ministro se precipitou”, declarou

Pelo documento enviado ao ministro, a portaria diminui o repasse de verbas da União destinado à realização de mamografias pelos municípios e estabelece que as mulheres de até 49 anos possam realizar apenas a mamografia unilateral, ou seja, em apenas um seio.

A informação foi rebatida pelo vereador Alex do PT que informou ter recebido um documento do Ministério da Saúde emitido na última sexta-feira contrariando a interpretação do colega de bancada. Segundo ele, a portaria não restringe o acesso da mulher ao exame de mama. “Estão alardeando uma questão falsa”.

Em resposta, Siufi afirmou que o assunto foi amplamente divulgado pela imprensa e que até recebeu a interferência do Conselho Federal de Medicina. “Há um retrocesso ou controvérsia de informações. Conselho Federal de Medicina já se mobilizou contra esta portaria”, contrapôs.

Na hora da votação, o vereador Zeca do PT se manifestou contra a moção de protesto. “Nunca antes na história deste país teve um governo que fez tantos programas de inclusão como esse governo. O que o novo ministro fez foi reordenar por causa do desaparecimento de verbas pelo ralo”. Em sua crítica, Zeca afirmou que o Conselho de Medicina é um “órgão atrasado e reacionário” e que estranha a atitude dos vereadores Ayrton Araújo e Luiza Ribeiro de assinarem o documento. Seu voto contrário foi acompanhado por Alex do PT.

Ayrton Araújo respondeu que não estava votando contra o PT (Partido dos Trabalhadores), mas sim contra a “perda do que foi conquistado”. “Ninguém muda minha posição. Temos que defender o direito adquirido. Pediram para eu votar não, mas como eu tinha assinado com a Luiza votei sim”, acrescentou.

Luiza Ribeiro ressaltou que não tinha intenção de afrontar os colegas da sustentação ao prefeito Alcides Bernal (PP) e que a atitude apenas faz parte de sua linha de atuação. “Não fiz isso para atacar o governo da presidente Dilma (Rousseff, PT). Fiz porque a gente milita na questão da mulher. Essa portaria tem que ser repudiada”, finalizou.

Como representante da classe médica, Paulo Siufi ainda rebateu as críticas de Zeca. “Radical é ele (Zeca) que não aceita que um vereador do PT faça moção contra o ministro. Se ele disse que o dinheiro estava indo pelo ralo foi durante a presidência do PT por oito anos e mais três anos e meio”.

Diana Christie