26 de julho de 2024
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ELEIÇÕES 2022

"Padre Kelmon" não é ligado a igreja e tem vínculos com movimento fascista

Ele é candidato a presidência pelo PTB, tendo assumido o lugar de Roberto Jefferson, bolsonarista condenado do Mensalão, impedido pela Justiça Eleitoral por ser ficha-suja. No debate eleitoral do SBT, Kelmon saiu em defesa de Bolsonaro

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Figura alegórica do debate, o candidato do PTB se apresenta como “padre”, mas não é ligado a qualquer igreja. Seus vínculos são com a Frente Integralista Brasileira, movimento de orientação fascista. Saiu no Poder360.  

Auto-intitulado padre, Kelmon Luis da Silva Souza, de 45 anos, ganhou notoriedade ao participar do debate presidencial realizado pelo SBT no sábado (24.set.2022). Ele passou a disputar a Presidência da República pelo PTB no lugar de Roberto Jefferson, bolsonarista condenado do Mensalão, impedido pela Justiça Eleitoral por ser ficha-suja. No debate, Kelmon saiu em defesa de Jair Bolsonaro.  

Apesar de se dizer "Padre", o indivíduo não é reconhecido por nenhuma igreja católica brasileira.  

Por meio de nota, em 14 de setembro de 2022, a Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia no Brasil informou que Kelmon não integra nenhuma paróquia, nem comunidades, missões e obras sociais. Também disse que ele não foi seminarista ou integrante do clero no Brasil ou em qualquer outro país. “Chegou ao nosso conhecimento que, na iminência das eleições federais e estaduais do corrente ano, muitos cidadãos brasileiros têm questionado membros de nossa Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia no Brasil – Patriarcado de Antioquia e todo Oriente, sejam do clero ou entre os fieis leigos, a respeito de um candidato à Presidência da República pelo PTB que se auto apresenta como ‘padre Kelmon’” , diz o texto.

A nota passou a circular no domingo (25.set), depois de participação de Kelmon no debate do SBT organizado em conjunto com CNN Brasil, Estadão/Rádio Eldorado, Veja, Rádio Nova Brasil e Terra. “Também não é e nunca foi membro leigo ou clérigo de nenhuma de nossas igrejas irmãs (Igreja Copta Ortodoxa de Alexandria, Igreja Apostólica Armênia, Igreja Sirian Ortodoxa Malankara, Igreja Ortodoxa Etiope ou Igreja Ortodoxa Eritreia)”, prossegue o documento. Veja a íntegra: 

Embora o documento cite a Igreja Sirian Ortodoxa Malankara, no debate, Kelmon disse fazer parte de uma denominação com nome bastante parecido: Arquidiocese Siro Ortodoxa Malankara, que tem uma página no Facebook e faz referência ao suposto padre em algumas publicações.