23 de abril de 2024
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Eleições 2016

PSDB define candidatura em pesquisa e cenário fortalece Rose

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Uma pesquisa encomendada para depois do carnaval vai dar ao PSDB de Mato Grosso do Sul um dos principais parâmetros para a definição do projeto político-eleitoral deste ano em Campo Grande. Será uma pesquisa quantitativa para aferir junto à opinião publica qual o candidato ou candidata com o melhor perfil para administrar a capital.

Segundo o presidente do Diretório Regional, o deputado federal licenciado e secretário estadual de Fazenda, Márcio Monteiro, o partido só abrirá o debate sobre nomes depois que tiver os dados dessa pesquisa, para dar início aos rituais políticos e normativos que antecedem à convenção de escolha das chapas para concorrer.Rose figura como favorita, mas PSDB define candidatura após pesquisa

O deputado estadual Rinaldo Modesto, líder do Governo na Assembleia Legislativa, é favorável à metodologia porque qualifica a elaboração do projeto político e ao mesmo tempo mantém a presença popular como fiadora das decisões do partido. Mesmo saído das urnas de 2014 como segundo deputado estadual mais votado em Campo Grande, ele prefere citar outros correligionários que, a seu ver, também possuem credenciais para defender o ideário social democrata na eleição. “Temos a vice-governadora, professora Rose; o secretário de Administração, Carlos Alberto Assis; o vereador João Rocha; e o secretário de Governo, Eduardo Riedel. E há outras alternativas, mas qualquer uma dessas pessoas têm todos os atributos para governar Campo Grande”, declara.

Capilaridade – Alguns itens são essenciais para a escolha da candidatura, como, por exemplo, o comprometimento do governador Reinaldo Azambuja, principal cabo eleitoral dos tucanos, além do alcance da inserção social e da vocação para o diálogo e a aglutinação de apoios, sobretudo junto a forças que não integram o leque tradicional de alianças do PSDB. Nesse perfil e diante do cenário que se desenha, a vice-governadora e titular da Secretaria de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho (Sedhast), Rose Modesto, é bastante fortalecida.

Professora por formação, com um histórico de vida ilustrado por dificuldades naturais de uma família humilde do interior, Rose é irmã de Rinaldo, mas fez sua própria luz para firmar-se entre as mais expressivas representações políticas do Estado, juntamente com a senadora Simone Tebet (PMDB) e a deputada federal Tereza Cristina Corrêa da Costa (PSB). Destacou-se em duas candidaturas vitoriosas para a Câmara Municipal, sendo na segunda a vice-campeã de votos, atrás apenas de Zeca do PT. Aceitou ser a candidata a vice-governadora quando Azambuja era o terceiro colocado nas pesquisas, atrás de Nelsinho Trad (PMDB) e Delcídio Amaral (PT), favorito com folga até o primeiro turno.

Um ingrediente foi fundamental para atestar o forte apelo eleitoral de Rose Modesto naquela campanha: sua capilaridade. Evangélica, Rose tem base consistente neste segmento, religião de várias igrejas e denominações identificadas na escolha de maiúsculos 38% da população campo-grandense. Basta lembrar que as organizações evangélicas realizaram no ano passado uma das maiores manifestações religiosas de rua na cidade, a Marcha para Jesus, com cerca de 100 mil pessoas. Mas o dedicado ativismo social de Rose atrai para ela admiração, respeito e apoio de outros credos cristãos.

O PSDB, na condição de partido nacional, aplica atenção redobrada no projeto de lançar candidaturas próprias em todas as capitais e nas maiores cidades brasileiras, empolgado pela performance eleitoral da disputa presidencial de 2014 e de olho em 2018. Por isso, o governador Reinaldo Azambuja reforça o interesse no projeto, conforme salienta o deputado Rinaldo Modesto: “Um partido como o PSDB não pode ficar fora de uma disputa majoritária desse porte”, enfatiza.

“Há muito tempo defendo candidatura própria. Fui voto vencido em 2008, quando o partido preferiu indicar Marisa Serrano para vice do prefeito Nelsinho Trad. Em 2012 também fiz de tudo para que tivéssemos chapa própria, quando a tendência indicava outros favoritos. Lançamos o Reinaldo, ele foi pro segundo turno e perdeu com 1% só de diferença. Com a vitória na sucessão estadual em 2014, creio estar consolidada essa vocação de crescimento e de vitórias”, acrescenta.

Apelo inclusivo – Wilton Acosta, diretor da Fundação Estadual do Trabalho (Funtrab) e presidente regional do PRB (Partido Republicano Brasileiro), é um dos mais ativos defensores da pré-candidatura de Rose Modesto. No entanto, recomenda muita serenidade e paciência para um processo que, em sua avaliação, deve ser liderado pelo governador e pelo PSDB. “Somos aliados e queremos aprofundar essa parceria, tendo em vista a sintonia entre o pensamento social do governo e o pensamento cristão”, explica.

De acordo com Acosta, a secretária Rose Modesto, embora seja uma liderança das novas gerações, já possui um considerável acúmulo de ações políticas em favor da sociedade. “Não é somente pelos números de suas vitórias eleitorais, mas sobretudo pela qualidade e pelos resultados de seu trabalho. Na Sedhast, em um ano conseguiu ampliar em 50% o alcance do programa Bolsa Universitária. Antes, tínhamos apenas 13 organizações não-governamentais conveniadas com o Estado para projetos de inclusão social, formação e treinamento para o mercado de trabalho. Hoje, o atual governo já fez convênios com 32 ONGs. E a secretária Rose ainda coordena esse trabalho magnífico e humanitário da Rede Solidária, um projeto efetivo de emancipação social, de cidadania”, finaliza Wilton Acosta.