20 de maio de 2024
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APÓS ATAQUE TERRORISTA

QGs bolsonaristas em Campo Grande caminham para o fim

Bolsonaristas negam que terroristas do DF sejam de direita; 'São infiltrados da esquerda', dizem

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Começaram a ser desmontados nesta 2ª.feira (9.jan.23), depois de 70 dias, os acampamentos bolsonaristas em frente ao Comando Militar do Oeste (CMO), na Avenida Duque de Caxias, em Campo Grande (MS). 

A reportagem MS Notícias esteve no início da noite no local e apesar da ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) para o fim das aglutinações em frente aos quartéis, alguns manifestantes permanecem balançando bandeiras em frente ao CMO. 

Temerosos de serem fotografados, logo que viram o repórter alguns manifestantes emitiam avisos: "Não pode fotografar aqui não!". Outros o questionaram: "Você é direita ou de esquerda?".

Uma das bolsonaristas, mais enérgica, chegou a dar empurrões no fotógrafo dizendo: "Não pode tirar foto de nós, não. Quem deixou você tirar foto aqui?".  E gritou para os outros: "O gente, me ajuda aqui. Ele está tirando foto". Sem a reação do repórter, ela se acalmou e escutou pacificamente a explicação do profissional: "Estou à trabalho. Isso é parte do meu tarabalho", explicou. AInda assim, a mulher saiu em direção ao grupo para avisá-los da presença de um fotógrafo, os manifestantes, porém, não quiseram continuar com o impedimento do trabalho. 

O bolsonaristas foram obrigados a deixar às frentes dos quartéis 24h após a reverberação do ato terrorista de bolsonaristas radicalizados que foram ao Distrito Federal no domingo (8.jan.23). Lá, eles invadiram as sedes dos Três Poderes e depredaram os prédios democráticos. "Não foi o pessoal de direita que fez aquilo lá, de quebrar as coisas, aquilo foi coisa do povo da esquerda, tem aqui no Twitter", disse um senhor que se identificou como sendo Claudemir. Na sequência, ele mostrou vídeo de perfis de extrema direita que afirmavam que manifestantes presos depredando os prédios públicos seriam infiltrados do PT. "Essa aqui é a verdade", indicou. 

Veículo da PM fazia guarda no canteiro central da Avenida que está sendo desocupado. Foto: Tero QueirozVeículo da PM fazia guarda no canteiro central da Avenida que está sendo desocupado. Foto: Tero Queiroz

Claudemir, um homem de mais de 50 anos, estava acompanhado de um jovem, que aparentava ter entre 25 e 30 anos. O jovem escutava a conversa atento e na maior parte do tempo concordava com Claudemir. "Não acredito em jornais, acredito mais no Twitter, jornais só acreditava naqueles bem antigos que falavam a verdade, os jornais de hoje em dia mentem muito", argumentou. "Acredito mais nas redes sociais mesmo. Porque estão chamando os bolsonaristas de terroristas? Aquele pessoal nem é nosso. Olha, o pessoal que está aqui é todo trabalhador, você não tira foto dos rostos, porque senão a Polícia Federal identifica e prende, eles nos avisaram aqui por mensagens sobre isso", continuou Claudemir. 

Haviam ainda duas tendas montadas no canteiro central da Avenida, próximo dali, duas viatura das Polícia Militar observavam os manifestantes. Visivelmente cansadas, integrantes de um grupelho bem em frente a entrada do CMO já davam sinais de que estavam contemplando os últimos momentos do acampamento favorável às pautas caras à extrema direita.

Eles têm até às 15h desta 3ª.feira (10.jan.23) para deixar a frente dos quartéis