26 de julho de 2024
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EXTREMISTAS DE DIREITA

Site usa título ambíguo: "queridinho de Lula"; bolsonaristas distorcem

Acusam radical de extrema direita de ser "petista infiltrado"

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Bolsonaristas tem distorcido o entendimento de uma matéria publicada pelo Campo Grande News nesta 5ª.feira (12.jan.23). 

Na manchete, o jornalista Hélio Freitas, de Dourados, disse: "Morador de assentamento queridinho de Lula é 9º de MS preso em Brasília". A chamada está ambígua, mas ao ler o texto, nota-se que o jornalista quis dizer que o assentamento Itamarati, que originou o distrito Nova Itamarati, é um local "queridinho" pelo presidente. Bolsonaristas de MS aproveitando a ambiguidade do título, estão disparando mensagem em grupos dizendo que o preso Mário José Ott, de 59 anos, seria lulista infiltrado, e que a matéria do site comprova isso. Eles enviam apenas um print do título da reportagem nos grupos, onde alguns estão insatisfeitos com ataque terrorista ao DF.

A estratégia dos radicais foi seguir o orientado num post pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que logo após o ataque terrorista a Esplanada dos Ministério em 8 de janeiro, tentou se livrar das responsabilidade e acusar "a esquerda" pelos ataques. Assim, em grupos monitorados pela reportagem, inciaram as narrativas de que foram "esquerdistas" infiltrados que promoveram o quebra-quebra no DF.  

Apesar do título de Hélio dar margem, se o leitor acessar o texto, disponível AQUI, poderá notar que o jornalista relembra duas visitas do presidente Lula ao Assentamento Itamarati, até 2009 considerado o maior assentamento do Brasil. Lula esteve no local no dia 28 de março de 2003, menos de três meses após assumir o primeiro mandato, e em 24 de agosto de 2016, seis dias antes do impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT).

Considerando as visitas, o jornalista colaborador do Campo Grande News concluiu que o assentamento seria um local "querido" por Lula, mas em nenhum momento é citado no texto de Hélio que o bolsonarista preso por ato terrorista em Brasília seria petista, como circula nos grupos de WhatsApp dos radicais de MS.  

Além de Mário José Ott, os outros moradores de MS já identificados entre os presos são Djalma Salvino dos Reis (Itaporã), Diego Eduardo Assis Medina (Dourados), Fabio Jatchuk Bullmann (Campo Grande), Ivair Tiago de Almeida (Maracaju), José Paulo Afonso Barros (Ponta Porã), Cassius Alex Schons de Oliveira (Campo Grande), Eric Prates Kobayashi (Campo Grande) e Fabrício de Moura Gomes (Três Lagoas).