A crise que se instalou no governo Dilma Rousseff (PT) tem surtido efeito em aliados como o PMDB. Durante realização do congresso promovido pelo partido, ocorrido em Brasília nesta terça-feira (17), o presidente da Câmara dos Deputados tentou provocar correligionários ao dizer que o PMDB não pode se calar “por meia dúzia de carguinhos”.
Cunha participou do evento a contragosto de lideranças da sigla, que na semana passada demonstraram não querer a presença do deputado no congresso, como forma de evitar desgaste. O peemedebista é alvo de investigação da Operação Lava Jato, por suspeita de participação no esquema de desvio de recursos da Petrobras e acusado de ter mentido à CPI da estatal ao afirmar que não tem contas bancárias no exterior.
Em meio a tímidas vaias e aplausos, Eduardo Cunha afirmou em seu discurso que o partido está procurando seu caminho e lançará candidatura própria nas eleições de 2018. “Essa voz não pode ser abafada com meia dúzia de carguinhos para poder calar aqueles que não tem compromisso", criticou remetendo-se aos cargos oferecidos por Dilma à sigla. Na oportunidade, o deputado também censurou o projeto lançado pelo PMDB, no congresso, alegando falta de debate prévio entre peemedebistas.
Sem polêmica
Apesar do pronunciamento de Eduardo Cunha tentar promover racha no principal aliado do governo Dilma, o vice-presidente e presidente do PMDB, Michel Temer atenuou em tom amistoso, ressaltando a possibilidade de governo ter condições de promover a unificação do país. “Tenho mais do que a impressão, a certeza, de que ela [ Dilma Rousseff] pensa numa unidade nacional" disse o vice-presidente nesta terça-feira à Globonews.
Há três meses, Michel Temer fez declaração polêmica ao afirmar à época, que a situação do país era grave e que caso Dilma continuasse com os "índices de popularidade", registrados naquele momento, seria difícil, conforme Michel Temer, a presidente " resistir a mais três anos e meio de governo". O pronunciamento de Temer repercutiu de maneira negativo entre os petistas.